Encontro da Jornada de Agroecologia atrai mais de cinco mil no Paraná

Com informações de Aline Gonçalves, Cássia Morgana Faxina, Raquel Maria Zolnier, Thea Tavares e Solange Engelmann

Mais de cinco mil agricultores familiares, técnicos agrícolas, camponeses e acadêmicos participaram entre os dias 25 e 28 de maio do 4º Encontro da Jornada de Agroecologia, em Cascavel, oeste do Paraná. O lema da Jornada é “Terra Livre de Transgênicos e Sem Agrotóxicos”. Entre os organizadores estão AOPA, AS-PTA, ASSESOAR, Associações da Agricultura Familiar, CAPA, CRABI, CPT, CRESOL/BASER, DESER, FEAB, FETRAF-SUL, Fórum Centro Sul, Fórum Oeste, CUT-PR, Instituto Equipe, MAB, MPA, MST, REDE ECOVIDA, RURECO, PJR, MMC, Sindicatos de Trabalhadores Rurais e Terra de Direitos.

No primeiro dia do encontro os participantes marcharam por cinco quilômetros, entregando cerca de dez toneladas de frutas cítricas orgânicas à população de Cascavel. A abertura oficial teve a participação da deputada estadual Luciana Rafagnin, que é presidente da Comissão de Agricultura da Assembléia Legislativa do Paraná, o superintendente regional do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), Celso Lacerda, e um representante da prefeitura municipal.

O segundo dia começou com a palestra de Sílvia Ribeiro, ambientalista mexicana ligada aos direitos de agricultores e índios. “Nos Estados Unidos, os agricultores que plantam transgênicos estão tendo menos produtividade, têm que usar mais agrotóxicos e ainda o preço das terras está baixando”, afirmou Silvia, que fez um resgate da situação dos plantadores de organismos geneticamente modificados nos Estados Unidos e na Argentina, os dois países com maior porcentagem de transgênicos nas safras.

Wilfred Mendonza, representante do povo indigena zapateca do México, falou sobre a importância da preservação da semente crioula do milho pela simbologia que ela tem para seu povo. “O milho além de ser nosso alimento é usado em festas e cerimônias, ele tem significado sagrado”, explicou Mendoza.

Já o pesquisador em agroecologia, Sebastião Pinheiro, criticou as grandes multinacionais da agricultura, como a Monsanto e Cargil: “enquanto o exportamos alimentação, 40 milhões de brasileiros passa fome, precisamos colocar a política pública a favor do Brasil, e não a favor do mercado externo”.

Segundo Pinheiro, hoje existe uma agricultura totalmente voltada para o grande produtor. “Somente os grandes produtores possuem incentivos governamentais, mas existe nisso uma ampla contradição, pois cerca de 70% da alimentação da população brasileira é alimentado pela produção familiar”, explica.

No encerramento, os participantes realizaram um ato de apresentação das Propostas de Políticas Públicas para a Agroecologia na Agricultura Familiar Camponesa. O governador do estado Roberto Requião esteve presente no último dia do encontro.

Durante todo o evento ocorreu a feira de alimentos agroecológicos e de artesanatos da agricultura familiar e dos assentamentos de Reforma Agrária.

Para ler as matérias na íntegra e obter mais informações sobre a Jornada de Agroecologia acesse:

http://www.jornadadeagroecologia.com.br