La Paz vive mais um dia de mobilização

Fontes Agência Ansa e Centro de Mídia Independente

O centro de La Paz, capital da Bolívia, está bloqueado hoje por milhares de manifestantes que desde cedo começaram a se concentrar nas imediações da praça principal. As principais reivindicações nas mobilizações são a nacionalização dos hidrocarbonetos, como o gás, uma assembléia nacional constituinte e a convocação de eleições gerais. Além dessas pautas, os movimentos sociais recusam o projeto de autonomia das províncias de Santa Cruz e Tarija, acusando-o de ser um plano das oligarquias locais para manter o controle sobre os recursos naturais.

O Congresso reiniciou tarde suas sessões, depois de 16 dias de uma quarta interrupção causada por manifestações de organizações sociais que rejeitam a convocação de um referendo. Ao suspender suas sessões, o Congresso havia aprovado com ampla maioria a convocação para o referendo e dava início ao debate para escolher a data da consulta e o teor da pergunta, quando um grupo de manifestantes chegou à porta do edifício, apesar dos controles policiais.

O presidente Carlos Mesa ofereceu ontem garantias para que se reiniciem as sessões e se comprometeu a cumprir e a fazer cumprir as decisões que forem adotadas. Mesa disse que manterá sua decisão de buscar soluções aos problemas “apenas mediante diálogo e acordo”, mas a polícia reforçou desde ontem a segurança que mantém há 20 dias. As quatro esquinas da praça central estão bloqueadas há um quarteirão de distância por barreiras metálicas e cordas.

A entrada de veículos no centro urbano é impossível desde muito cedo. As aulas estão suspensas devido a uma greve no setor estatal e por precaução nas instituições privadas. A cidade está totalmente isolada do interior, com o bloqueio de todos os acessos à cidade de El Alto, passagem obrigatória para aqueles que pretendem ir a outras cidades. As estradas de El Alto a Oruro e o lago Titicaca também estão bloqueados.