Mulheres realizam vigília em frente à Nortox no Paraná

Com o lema “Mulheres Sem Terra em Defesa da Vida, da Água, da Biodiversidade e da Soberania Alimentar”, neste dia 8 de março, mais de 700 mulheres do MST, realizam vigília em frente a empresa brasileira de produtos agroquímicos Nortox no Paraná, em protesto ao avanço do agronegócio, a produção de transgênicos e agrotóxicos.

A mobilização teve início às 13 horas e vai até o final da tarde. Com o protesto, as mulheres querem chamar a atenção da sociedade para a necessidade de uma agricultura que produza alimentos saudáveis, sem agrotóxicos e transgênicos. Além de alertar para os prejuízos que empresas como a Nortox causam a saúde e ao meio ambiente.

A empresa é produtora de herbicidas e inseticidas, e umas das principais responsáveis pela produção do glifosato pós-emergente, usado na cultura da soja transgênica, que envenena os alimentos consumidos pela população e contamina o solo e os lençóis freáticos da região, provocando a destruição da natureza e da biodiversidade. No Paraná a empresa está localizada no município de Arapongas, próximo ao distrito de Aricanduva, onde vivem aproximadamente 2.000 mil pessoas, que permanentemente estão expostas à contaminação dos seus produtos químicos.

Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), atualmente a agricultura familiar é responsável por 70% da produção dos alimentos consumidos pela população brasileira. Paralelo ao ato, as Mulheres Sem Terra estão distribuindo um manifesto em defesa da vida, da agroecologia e da soberania alimentar. “Lutamos pela produção de alimentos agroecológicos para nossas famílias e o povo brasileiro, pela preservação das sementes e da água”, afirma o documento.

Além de combater o modelo do agronegócio, que envenena a terra e destrói o meio ambiente, o manifesto é contra o patenteamento das sementes, a produção de sementes transgênicas, o uso de agrotóxicos na agricultura, além de todas as formas de violência contra as trabalhadoras e trabalhadores, produzidas pelas relações do capitalismo.

O ato também repudia a visita do presidente dos Estados Unidos George W. Bush ao Brasil, que a acontece hoje, e a interferência do império norte-americano no país. As atividades fazem parte do dia internacional da mulher. No Paraná, desde terça-feira, dia 6, trabalhadoras do MST estão participando da Jornada de Luta no assentamento Dorcelina Falador, em Arapongas.