Via Campesina fecha BR 101 em protesto à Aracruz Celulose no ES

Na manhã do dia 8 de Março, Dia Internacional das Mulheres, cerca de 500 trabalhadoras da Via Campesina do Espírito Santo, fecharam a BR 101, no trevo Maria Amélia, município de São Mateus, em protesto à empresa Aracruz Celulose, representante do agronegócio no estado. São cerca de 250 mil hectares de plantio de eucalipto, sendo que a maior parte se concentra na região norte no estado, onde aconteceu a mobilização.

A BR 101 foi interditada por 1 hora e meia, a fim de que não pudessem passar as carretas de eucalipto que abastecem a fábrica da Aracruz. “Enquanto a monocultura do eucalipto se expande no estado, não há investimentos para a agricultura camponesa. Além disso, a Aracruz Celulose ocupa várias terras devolutas que deveriam ser destinadas à reforma agrária”, afirma Ednalva Moreira Gomes, integrante da direção do MST.

“Queremos dialogar com a sociedade que o agronegócio traz miséria e desemprego, não só para o campo, mas também para a cidade. Isso é percebido pelas condições sócio-econômicas dos municípios do norte do estado, onde se concentram a Aracruz Celulose com a monocultura do eucalipto e a Disa com a monocultura da cana”, explica Soraya Reis, do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA).

Após a mobilização na BR, as mulheres saíram em caminhada para o centro de São Mateus, onde fizeram panfletagem e um ato público. Participaram da atividade mulheres de diversos municípios do norte capixaba, como Montanha, São Gabriel da Palha, Vila Valério, Pedro Canário, Nova Venécia, Linhares, Jaguaré e São Mateus.

A ação também reivindicava a demarcação das terras indígenas e quilombolas, atualmente em posse da empresa.