A gente quer estudar!
Do Jornal Sem Terra Especial Juventude
Quando pensamos em juventude, logo já vem à nossa mente algumas afirmações que fazem parte do dia a dia de quem fala sobre o assunto, ou de promessas que fazem parte do cotidiano da vida política partidária.
A educação é uma dessas palavras coladas diretamente com a palavra juventude.
Quem já não ouviu dizer: juventude tem que estudar!; os jovens devem aproveitar este período bom da vida para estudar!
Quando ouvimos estas afi rmações logo pensamos que o estudo é uma responsabilidade apenas de quem está na fase de idade considerada juventude. Mas quais são as condições que recebemos para estudar? Existe escola para todo mundo?
Se analisarmos a história de nosso país, perceberemos que a educação sempre foi e ainda é um grande desafio.
Primeiro na questão do acesso, segundo na qualidade da educação “oferecida” quando temos acesso.
Desde o início do Movimento, nossa luta procurou pensar o acesso à terra aliado com o acesso à moradia, alimento, infraestrutura de qualidade, saúde, cultura e lazer e a educação.
A educação para nós se construiu aliada ao projeto de transformação da sociedade e, por isso, a conquista da escola não está desvinculada da compreensão de qual escola queremos.
Queremos escola, mas não qualquer uma
1- Nossa escola deve ser pública, pois entendemos que a educação não é mercadoria, é um direito que deve ser garantido.
2- Precisa envolver toda a comunidade e pensar coletivamente o projeto de educação
3- Todos devem participar ativamente do processo de elaboração e desenvolvimento do Projeto Político-Pedagógico.
4- A escola deve estar onde vivemos, no campo.
5- A população do campo deve ter acesso a todos os níveis de ensino, da educação infantil à universidade.
6- Defendemos que a educação faz parte da formação humana, deve preparar para a vida e não apenas para o mercado trabalho.
7- A profissionalização não está atrelada à saída dos assentamentos, pois o campo necessita de profi ssionais preparados em todas as áreas do conhecimento.
8- Lutamos para ter acesso a cursos de todas as especialidades. Queremos desconstruir a ideia de que filho de trabalhador não pode ser doutor.