Luta é quem muda, o resto só ilude
O debate sobre a organização da juventude nos leva a pensar o nosso tempo e projetar o futuro da sociedade. Mas ainda prevalece a ideia de que ser jovem é um problema. De onde veio essa ideia? O que está por trás dela?
“Quem não tem presente se conforma com o futuro”
Somos 8 milhões de jovens no campo. Nos últimos dez anos, 2 milhões de pessoas deixaram o meio rural. Metade eram jovens. Ainda há um processo de esvaziamento do campo. Você conhece alguma política pública dos governos para a juventude do campo?
O debate sobre a organização da juventude nos leva a pensar o nosso tempo e projetar o futuro da sociedade. Mas ainda prevalece a ideia de que ser jovem é um problema. De onde veio essa ideia? O que está por trás dela?
“Quem não tem presente se conforma com o futuro”
Somos 8 milhões de jovens no campo. Nos últimos dez anos, 2 milhões de pessoas deixaram o meio rural. Metade eram jovens. Ainda há um processo de esvaziamento do campo. Você conhece alguma política pública dos governos para a juventude do campo?
O agronegócio e os meios de comunicação de massas constroem a ideia de que o campo é atrasado e que a juventude quer sair do campo. Quem nunca foi ridicularizado porque mora no campo?
É como se os jovens saíssem do campo apenas pela vontade individual e, não, pelas condições de vida e pela falta de perspectiva. Não é fácil sair do lugar onde nasceu… tem raízes, amigos, família…
Por que não ficar no campo para mudar essa realidade? Por que antes de perguntar sobre os problemas que afastam a gente do campo, não questionar o que tem feito o jovem querer ficar no campo?
O avanço da construção da Reforma Agrária que queremos, para melhorar a vida da população do campo e criar oportunidades para o jovens, depende de enfrentar o projeto do agronegócio. Só que para isso é preciso nos organizar e lutar.
“Cada um no seu quadrado”?
A classe dominante quer que a nossa juventude seja individualista e egoísta. Que cada um enfrente seus desafios sozinhos, competindo um com o outro, correndo atrás individualmente. Mas qual seria a outra forma? Será que não podemos avançar conjuntamente?
Já pensou se em todo acampamento e assentamento existisse coletivos de juventude?
É importante debater a realidade e trocar experiências de organização, formação e mobilização. Existem diversas formas de construir espaços que cumpram esse papel: grêmios estudantis, grupos de dança e teatro, times de futebol, basquete e vôlei… Nas escolas, os jovens também podem se organizar para cobrar políticas públicas para educação do campo. No assentamento, a organização pode contribuir com espaços coletivos de produção, de forma cooperada, garantindo a geração de renda e organizando as lutas.
Esses coletivos podem desenvolver uma série de atividades. Por exemplo: a Agitação e Propaganda, que é possível ser feita em diversos momentos (ver ao lado). Durante as lutas e os cursos, pode também ter um momento para grafitagem e embelezamento do local.
Os grupos de jovens podem organizar espaços de estudo para discutir afetividade, sexualidade, geração de renda, cultura, formação política, comunicação, inserção da juventude na luta de classes, solidariedade… e ainda os temas gerais da luta pela terra, que o MST como um todo está discutindo em preparação ao 6° Congresso.
Ideias para organizar a juventude não faltam. Mas precisamos nos perguntar: o que falta para nos organizar cada vez melhor e com mais jovens?
Como o conjunto do MST poderia contribuir com a organização de sua juventude?
Agitprop – Agitação e Propaganda – Que bicho é esse?
A Agitação e Propaganda (AgitProp) é um conjunto de métodos e formas que podem ser utilizados para fazer agitação, denúncia, fomento à indignação e chamar pra luta. Podem se usar diversas linguagens, como painéis, pinturas em muros e paradas de ônibus, peças de teatro, panfletagem, música, jornais… Tudo isso depois de fazer um diagnóstico da realidade local, ver quais as formas possíveis de organização a partir da arte e da cultura.