Trabalhadores rurais ocupam Incra por Reforma Agrária em Mato Grosso
Por Vanessa Ramos
Da Página do MST
Pela manhã dessa quinta-feira (19), trabalhadores rurais fecharam a BR-163, que liga Cuiabá a Santarém, em Mato Grosso. Às 11h30min, cerca de 300 pessoas ocuparam a sede do Incra no estado. As ações foram mais uma retaliação à falta de comprometimento total do governo com a Reforma Agrária no país.
Por Vanessa Ramos
Da Página do MST
Pela manhã dessa quinta-feira (19), trabalhadores rurais fecharam a BR-163, que liga Cuiabá a Santarém, em Mato Grosso. Às 11h30min, cerca de 300 pessoas ocuparam a sede do Incra no estado. As ações foram mais uma retaliação à falta de comprometimento total do governo com a Reforma Agrária no país.
Em reunião com os camponeses, na última quarta-feira, o superintendente do Incra, Valdir Mendes Barranco, afirmou que o instituto não tem dinheiro para promover o progresso da Reforma Agrária. Ele ainda disse que 70% do orçamento do Incra foi cortado pelo governo, portanto, não tem nem como estimular a agricultura camponesa.
Segundo Antônio Carneiro, da Direção Estadual do MST, o superintendente reconheceu que o Incra está defasado, não tem mão de obra suficiente para honrar seus compromissos, mas, não toma nenhuma iniciativa para a situação mudar. “Eu não vejo esforço do governo para resolver a Reforma Agrária”, disse revoltado.
Para Carneiro, o superintendente está jogando a responsabilidade do Incra para o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), que também realiza ações dúbias. Durante a Jornada de Lutas do MST, em agosto do ano passado, por exemplo, a presidenta Dilma Rousseff autorizou recursos para o MDA fomentar a Reforma Agrária. R$ 400 milhões foram liberados para o ministério esse ano, mas eles, não fizeram nada, segundo Carneiro.
“O dinheiro não foi usado pelo MDA e voltou para o Tesouro Nacional. Eles ainda não entenderam a importância de se fazer Reforma Agrária. O que nós queremos saber é até quando vamos ficar apresentando pauta para que nada seja feito?”, desabafou o integrante da Direção Estadual do MST.
Educação
Na manhã dessa quarta-feira, os trabalhadores rurais também se reuniram com representantes da Secretaria Estadual de Educação (Seduc). Um dos pontos considerado mais importantes da pauta era falta de professores no Campo.
De acordo com Carneiro, atualmente, os professores concursados vão trabalhar no Campo, mas, depois de dois meses mais ou menos, pedem transferência para a cidade. Assim, as crianças ficam sem professor e sem aula.
“Na audiência com a Seduc, propomos a elaboração de um concurso diferenciado para professores do Campo. Sabemos que isso é possível. Na Bahia e no Ceará, por exemplo, já existem concursos diferenciados”, afirmou Carneiro. Apesar disso, a Seduc alegou não ser viável fazer um concurso diferenciado.
Agora, os camponeses aguardam término da audiência pública com o MDA, prevista para ser realizada essa noite, em Brasília.