Em defesa da Reforma Agrária e da agricultura familiar
As organizações sociais que atuam no campo, defendem a necessidade da reforma agrária, da agricultura familiar e a mudança do atual modelo agrícola, como caminho para garantir trabalho, renda, produção de alimentos para o mercado interno, soberania alimentar e a construção de um modelo desenvolvimento sustentável e solidário para o nosso País. Para tanto, lutaremos para:
1- a desapropriação dos latifúndios e o confisco de todas as terras com trabalho escravo e o cultivo de plantas e drogas.
2 – o respeito aos direitos humanos no campo, combatendo todas as formas de violência e o fim da impunidade. E exigindo a demarcação das terras das comunidades indígenas e de remanescentes de quilombos;
3- o estimulo da agricultura familiar com créditos acessíveis, seguro agrícola, assistência técnica, preços justos e garantia de comercialização da produção;
4 -a implantação de agroindústrias nos municípios do interior, nas diversas formas cooperativas e associativas;
5 -a produção de sementes pelos próprios agricultores e agricultoras, e a proibição da produção e consumo de transgênicos;
6- o desenvolvimento e o fomento de técnicas agrícolas não agressivas ao meio ambiente, preservando e democratizando o acesso a água;
7 – a melhoria do sistema previdenciário, público e universal, permitindo o acesso e a permanência dos trabalhadores e trabalhadoras rurais no Regime Geral da Previdência Social;
8 – a implementação das diretrizes do Conselho Nacional de Educação nas escolas no campo, erradicando o analfabetismo e garantindo o direito de todos à educação de qualidade em todos os níveis;
9 – a inclusão de mulheres e jovens, a partir do princípio da ação afirmativa, buscando corrigir as discriminações decorrentes de práticas e sistemas sociais injustos e garantindo igualdade de
oportunidades e de direitos;
10 – a elaboração de políticas especificas para cada a região, em especial para o desenvolvimento semi-árido brasileiro.
Nesta luta, as entidades e movimentos sociais se posicionam claramente contrárias à criação da Área de Livre Comércio das Américas ( ALCA) porque a proposta que vem sendo imposta representa o domínio das empresas estadunidenses sobre o continente Latino -Americano. Reivindicam a realização de um plebiscito como uma forma de diálogo e participação ampla da população e lutam pelo fortalecimento da solidariedade e da cooperação entre os povos do continente.
CONTAG – MST – FETRAF-SUL – CPT – ANMTR – MPA – MAB e entidades do Fórum Nacional pela Reforma Agrária e Justiça no Campo.
Breves
Amigos do MST na Europa pedem não à guerra na Colômbia
Durante o 5º Encontro Europeu de Amigos do MST, realizado em 23 e 24 de maio, em Portugal, os participantes divulgaram nota pedindo uma saída política para os conflitos pelos quais o povo colombiano padece e que ameaça desestabilizar a América do Sul. Os participantes de 11 países europeus e dos Estados Unidos expressaram a preocupação pelo aumento das violações dos direitos humanos, contra o Plano Colômbia e pedindo para que o governo daquele país garanta a vida dos lutadores sociais.
Julgados os assassinos de João Canuto
Os dois mandantes do assassinato de João Canuto de Oliveira, Adilson Laranjeira e Vantuir de Paula foram condenados, em 23 de maio, a 19 anos e 10 meses de prisão em regime fechado, mas ficarão em liberdade té que o recurso contra a sentença seja julgado. João Canuto foi o primeiro presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Rio Maria, município do Sul do Pará. Foi assassinado no dia 18 de dezembro de 1985 com 18 tiros, disparados por dois pistoleiros.
Trabalhadores ocupam latifúndio da Souza Cruz no Rio Grande do Sul
Mais de 5 mil trabalhadores rurais e urbanos de todo o estado ocuparam, no dia 28 de maio, a Fazenda Boa Vista, área da Souza Cruz na BR 471, Km 8 de Rio Pardo. A ação faz parte da Jornada de Lutas por Terra, Trabalho e Direitos Sociais, organizada pela CUT/RS, Federações, Sindicatos e Via Campesina. Segundo os organizadores, é inadmissível que uma empresa estrangeira possua milhares de hectares, sem produzir, enquanto existem mais de 17 mil sem terra somente na região do Vale do Rio Pardo.
Cartas
Como maranhense fiquei muito feliz que o presidente Lula tenha arquivado o acordo de Alcântara com os Estados Unidos. Até que enfim, uma medida popular do presidente. Isto prova que se os movimentos sociais pressionarem, vamos fazer as mudanças que o pais precisa. Prof. Ricardo [email protected]
Obrigado pelo boletim informativo do MST. A matéria sobre os transgênicos e tantos outros temas que não são debatidos na mídia, são muito importantes para nossa formação e compreensão da realidade. Carlos Antônio, [email protected]
Os felicito pelo esforço de nos manter informados sobre o MST, o Brasil e seu processo super interessante de recuperar a dignidade humana e um projeto de inclusão social. [email protected]