9º Grito dos Excluídos pede soberania
*Luiz Bassegio e Luciane Udovic
“Tirem as mãos, o Brasil é nosso chão!”. Esta foi a palavra de ordem gritada em centenas de cidades do Brasil neste 7 de setembro. Caminhadas, celebrações, gestos simbólicos, blocos em desfiles oficiais e tantas outras atividades marcaram a participação de centenas de milhares de pessoas nas atividades do 9º Grito dos Excluídos no Brasil.
O Grito, que aconteceu nas principais capitais do país como Porto Alegre, Curitiba, Florianópolis, Campo Grande, Vitória, Manaus, São Paulo e mobilizou milhares de pessoas. Em Fortaleza, por exemplo, 15 mil pessoas tomaram as ruas da capital para protestar contra a Alca e lançar a campanha de boicote aos produtos estadunidenses. Para os organizadores, o boicote é uma reação à política imperialista e bélica do presidente dos Estados Unidos da América, George W. Bush. Em Recife, o Grito reuniu 20 mil pessoas.
As manifestações continuam durante esta semana, somando-se as mobilizações continentais contra a OMC, ALCA e FMI. Seu momento forte será no dia 13, onde milhões de pessoas em todos os países sairão às ruas.
Em Aparecida/SP, cidade simbólica do Grito, o evento foi realizado juntamente com a 16ª Romaria dos Trabalhadores. Em frente ao Santuário, mais de 120 mil pessoas cantavam e gritavam palavras de ordem em defesa da Soberania, por trabalho, pão, moradia etc.
Durante toda a manhã houve a vacinação contra o vírus da Alca. Para se proteger, bastava colocar o nome no abaixo assinado que exige do governo federal a realização de um Plebiscito Oficial sobre o assunto.
Um momento marcante foi quando, o famoso personagem do “tio Sam” tentava roubar a Amazônia de um mapa gigante do Brasil, instalado de fronte a Basílica. Em baixo, lideranças das pastorais e movimentos sociais, num gesto de unidade e defesa da nossa soberania, resgataram a região Amazônica puxando-a de volta.
O artista plástico e muralista Pavel Eguez, 40 anos, criador da imagem da Campanha do Grito dos Excluídos nas Américas, também marcou presença em Aparecida. Eguez, que é atualmente adido cultural da embaixada do Equador no Brasil, ficou emocionado com a grande festa popular que presenciou neste dia. “O grito tem proporcionado que as pessoas compartilhem da proposta desta campanha que é de unir os diversos setores excluídos na luta por trabalho, justiça e vida em uma festa alegre e popular.”
Luiz Bassegio e Luciane Udovic, Secretaria do Grito dos Excluídos Continental