Mobilizações no Pará lembram mártires de Carajás
Em lembrança aos 21 mártires do massacre de Eldorado dos Carajás, de 17 de abril de 1996, o MST-PA realiza uma série de manifestações.
Os trabalhadores rurais reivindicam o cumprimento das metas do Plano Nacional de Reforma Agrária (PNRA) e protestam contra a política do governo estadual que privilegia a monocultura da soja, o incentiva a agropecuária, em detrimento da agricultura familiar.
No estado do Pará não houve nenhum assentamento no governo Lula. Neste sentido, acreditando na vontade do governo, os trabalhadores incentivam e contribuem, através das mobilizações e ocupações construção imediata da Reforma Agrária.
Na segunda semana do mês, 300 famílias ocuparam a BR 316, em frente ao acampamento Iza Cunhano município de Santa Isabel, 400 famílias do acampamento Quintino Lira bloquearam a BR 316, no município de Irituia; 900 trabalhadores do acampamento Rosa Luxemburgo ocuparam a estrada de São Francisco do Pará e 200 trabalhadores do assentamento Mártires de Abril e acampamentos Paulo Fonteles e Elisabeth Teixeira protestaram em frente ao Forúm de Mosqueiro, reivindicando a libertação do preso político Mamede de Oliveira.
No dia 12 teve início uma marcha saindo do acampamento 26 de Março, em Marabá rumo a curva do “S”, para lembrar os 8 anos do massacre e protestar contra a impunidade. Uma outra marcha, com a participação de mais de 1500 agricultores está prevista para chegar em Belém neste sábado, 17 de abril. Lá, será realizado ato no Tribunal de Justiça do Estado.
“Estamos lutando apenas pelo direito de ter uma vida mais digna. Nossa intenção é mostrar à população que a cara do MST é a cara da luta pela causa. A sociedade de um modo geral está convidada a participar dessa luta junto com a gente para perceber e sentir de perto a realidade dos sem terra”, declarou uma das participantes da marcha, Constância Albuquerque.
Diversas entidades e movimentos sociais do Pará enviaram nota de solidariedade às mobilizações do dia 17 de Abril.