Movimentos camponeses do Ceará articulam suas lutas
Entre 2 e 3 de julho acontece, na Igreja Otávio Bonfim, em Fortaleza (Ceará) o Encontro de Movimentos Sociais do Campo, para articular a Via Campesina (organização internacional de movimentos camponeses) no estado. Participam pesquisadores da questão agrária, representantes do MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens), MPA (Movimentos dos Pequenos Agricultores), CPT (Comissão Pastoral da Terra), MST e Institutos que trabalham com a temática da Reforma Agrária e prestam assessoria técnica e de formação aos movimentos.
O objetivo do evento é consolidar as articulações e mobilizações, nas linhas definidas pela Via Campesina, entre os movimentos que nacionalmente já fazem parte da organização. No estado, as ações estavam isoladas, apesar de trabalharem em frentes comuns.
Segundo Erivando Barbosa, da direção estadual do MST, já havia a necessidade de unir forças diante da atual conjuntura e articular a Via Campesina no estado. Isso se intensificou após a Conferência Internacional da organização (ocorrida entre 14 e 19 de junho, em São Paulo) que definiu linhas de ação que unificam os movimentos.
Os temas principais do evento que são os eixos de união dos movimentos são: combate aos transgênicos, crédito fundiário e reforçar a CMS (Coordenação dos Movimentos Sociais). Para Barbosa, a temática do crédito deve gerar muita discussão, pois o governo está priorizando o sistema de financiamento para as famílias adquirirem terras em detrimento das desapropriações. “A meta para o estado, neste ano, é de assentar 2 mil famílias e, com o crédito, seriam atendidas 3 mil famílias. O MST sempre defendeu que a Reforma Agrária só se realiza com desapropriação de latifúndios que não cumprem sua função social e não com o comércio de terras”, afirmou Barbosa.