Sem terra do Pará fazem vigília por cestas básicas e desapropriação de fazenda
Mil e cem famílias ligadas ao MST do Pará fazem vigília desde a madrugada de hoje (9) no entorno da sede da Fazenda Peruana, em Eldorado do Carajás, a cerca de 400 km de Belém. Os Sem Terra reivindicam cestas básicas que não estão sendo fornecidas pelo Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) de Marabá e desejam o cumprimento de acordo firmado entre o órgão, o Movimento e a Ouvidoria Agrária do governo federal, em 14 de julho deste ano.
Segundo levantamento cartográfico realizado pelo Incra, 70% da área é considerada terra pública. Além disso, A fazenda também consta no catálogo do Ministério Público do Trabalho pelo uso de trabalhadores em condição de escravidão.
Entre as reivindicações do MST estão: a identificação da terra pública da fazenda Peruana e sua desapropriação para Reforma Agrária, e o fornecimento de cestas básicas. A coordenação do acampamento sinaliza que só sairá da área após a manifestação do governo federal.
A coordenação do acampamento, que leva o nome de uma das vítimas do massacre de Eldorado, Lourival Santana, indica que o fornecimento de cestas básicas só seria possível no prazo de 80 dias. Ainda assim desfalcadas de três produtos, um deles, o feijão.
A fazenda, que possui um total de 12.500 hectares, está ocupada desde as mobilizações de 17 de abril, que marcaram os oito anos do massacre de Eldorado dos Carajás.