Lideranças indígenas criticam descaso com a saúde de seus povos
Lideranças de 52 povos indígenas de Rondônia se reúnem hoje com representantes da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) para discutir o destino dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI’s) de Porto Velho e Vilhena.
Há três meses os Distritos estão paralisados pela indecisão sobre quem deverá assumir seu gerenciamento, que até então era de responsabilidade da Coordenação da União das Nações e Povos Indígenas de Rondônia, Norte de Mato Grosso e Sul do Amazonas (Cunpir) e da ONG Proteção Ambiental Cacoalense (Paca).
Segundo Almir Suruí, coordenador geral da Cunpir, as lideranças desejam avançar as negociações com a Funasa mas questionam a proposta de repassar a responsabilidade da saúde indígena em Rondônia à Universidade Federal do Pará (Ufpa). “A Cunpir, enquanto representante dos povos e das associações indígenas de base discorda com esse encaminhamento, porque o pessoal de fora não conhece a história e realidade dos nossos povos. Na impossibilidade de uma organização indígena local assumir os Distritos, o melhor seria que a Funasa assuma de vez a gerência e administração dos mesmos”, coloca Suruí.
Os indígenas também criticam a instabilidade de diretores nos Distritos. “Com a reunião, esperamos que a Funasa ponha fim ao estado crítico do atendimento à saúde indígena em Rondônia”, afirma Suruí.
O governo federal divulgou hoje que deve destinar R$ 954,5 mil para a construção de sistemas de abastecimento de água em três reservas na região da Amazônia, duas em Rondônia. Segundo o governo, essa medida irá garantir a melhoria imediata da qualidade de vida das populações.
Para o presidente do Ibama, Marcus Luís Barroso Barros, o isolamento provocou o abandono dessas populações. “O resgate dessa população não se dá exclusivamente pela questão ambiental, mas principalmente pela recuperação da saúde e de prevenção da saúde”, disse.