Celso Furtado critica política agrícola brasileira

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Celso Furtado critica política agrícola brasileira
18/10/2004

Com Revista Nossa História

“Temos uma produção fantástica, todo mundo bate palma. Mas seu custo, em termos de erosão do solo, é enorme. O agricultor que planta a terra não está preocupado com isso, quer saber do agora. Grande parte do nosso sistema produtivo não tem solidez”, afirma o economista Celso Furtado.

Furtado afirmou ainda que “não se discute que a economia está crescendo, mas ao mesmo tempo está perdendo competitividade, ou baseando seu crescimento na destruição de recursos não-renováveis”.

Transgênicos

No dia 14 de outubro, o governo federal cedeu às pressões dos agricultores gaúchos. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou a medida provisória que libera o plantio da soja transgênica na safra 2004/2005.

Segundo a MP, o produto poderá ser comercializado até janeiro de 2006. Para obter autorização para o plantio, o agricultor deverá assinar um termo de compromisso. Quem não entregar o termo será impedido de obter financiamento no Sistema Nacional de Crédito Rural.

Gabriel Fernandes, da ASPTA (Assessoria e Serviços a Projetos em Agricultura Alternativa) afirmou que “é um grande absurdo o governo não conseguir regulamentar de forma mais definitiva a situação e a cada safra que se aproxima ele tem que editar uma nova medida provisória. Provisória em provisória a situação vai se tornando definitiva”.

Para ele, “a avaliação toda é de desaprovação, um grande descontentamento com a forma como o governo tem conduzido a questão dos transgênicos”.

Hoje o Partido Verde entrou com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade contra a MP no Supremo Tribunal Federal. Os membros do PV alegam que o plantio de soja transgênica ignora a exigência da Constituição Federal de realização de um estudo prévio do impacto ambiental da ação.