Atingidos por Usina de Tucuruí lançam comitê de solidariedade no Pará

Amanhã acontece o lançamento do Comitê de Solidariedade aos Atingidos Pela Barragem de Tucuruí (PA), no auditório da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) em Belém. Entre os organizadores do comitê estão MST, Caritas, MPA, parlamentares e pastorais.

O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) de Tucuruí contabiliza 2.300 famílias acampadas em condições precárias desde 14 de abril no canteiro da empresa Camargo Corrêa. O MAB reivindica a definição de um plano de desenvolvimento regional que contemple o universo de agricultores e pescadores atingidos pela usina.

O acampamento reúne famílias que foram desalojadas desde o início do funcionamento da hidrelétrica, em 1984. Inaugurada com 12 turbinas, agora a usina terá 23 em funcionamento. A potência, que contabiliza 4,2 mil MW, saltará para 8,3 mil MW até 2006.

O MAB contabiliza cerca de 20 mil famílias sem energia elétrica no município e pelo menos 38 espécies de peixes que não existem mais na região.

Além disso, o saque de madeira feito por balsas durante a noite rasga as redes colocadas pelos pescadores. Benedito Costa, pescador e agricultor, explica que além da destruição de redes sofrem ameaças dos saqueadores de castanheiras, árvore típica da região. Em Tucuruí, pouca gente sabe do quem foi feito do agente laranja, usado para desfolhamento de floresta na formação do lago.