Juiz afirma que reintegrações continuam no Pará
Com informações de Frank Silva
O juiz da Vara Agrária, Sérgio Ricardo Lima da Costa, de Marabá (PA), afirmou ontem que as liminares de reintegração de posse em fazendas de todo o estado vão continuar sendo cumpridas. A declaração foi feita em um encontro com integrantes do MST e da Fetagri (Federação dos Trabalhadores na Agricultura).
Desde a semana passada 280 policiais militares do Batalhão de Choque do Comando de Missões Especiais (CME) do Pará atuam na região e devem permanecer no local por mais três semanas. Esta é apenas uma parte as ações planejadas pelo governo do estado em uma nova ofensiva contra os acampamentos que lutam pela Reforma Agrária.
Na semana passada (27/03), sob ordens do governador do estado, Simão Jatene, eles cercaram e despejaram 600 famílias do MST. Os Sem Terra estavam acampados em Fazenda do Complexo Rio Vermelho, localizada no município de Sapucaia, sul do estado. A área é grilada pelo grupo Quagliato, alvo de denúncias da Comissão Pastoral da Terra (CPT) e da Organização dos Estados Americanos em tribunais internacionais. O trabalhador rural Tim Maia foi preso.
Durante a reunião, João Batista, advogado da CPT, contestou a reintegração de posse da fazenda, alegando que a área da propriedade, inicia-se depois de 13 km de onde os acampados estavam, sendo todo o perímetro do acampamento pertence à União. O advogado disse que ajuizará uma Representação Criminal no Ministério Público Federal contra o grupo Quagliato.
No final, o juiz afirmou que as liminares serão cumpridas nas Fazendas Lajedo e Balão (Marabá) e Baguá (Eldorado do Carajás).