Erva mate é retirada sem autorização de acampamento do MST

Trabalhadores e trabalhadoras Sem Terra do MST acusam a empresa Ervateira 81 de roubar erva mate de um acampamento em Guarapuava (PR). Ontem as famílias do acampamento 20 de novembro, antiga fazenda Cúri, encontraram cerca de oito pessoas retirando erva mate para a Ervateira 81, em uma área de cerca de 30 alqueires dentro do acampamento.

José Acir, da coordenação regional do MST, relata que ao perceber o que estava acontecendo os Sem Terra foram até o local para negociar o fim do corte. Eles exigiram que um representante da ervateira fosse até o local, com algum documento que comprovasse o direito da empresa de tirar erva da área. Até o momento, a empresa não conseguiu provar que era proprietária do local.

A polícia local acusou os Sem Terra de manter 13 pessoas reféns, mas segundo Acir, após o embargo da plantação, as pessoas que cortavam erva ilegalmente se retiraram e os acampados também foram para suas casas. “Não houve nenhum tipo de cárcere privado, muito menos reféns, pois em nenhum momento as pessoas que estavam no local foram privadas de sua liberdade”, garante.

Os Sem Terra acusam a policia local de divulgar informações falsas, com o objetivo de criar um fato para despejar as famílias acampadas na área. Os trabalhadores também exigem que o governo do estado faça uma ampla investigação para encontrar os verdadeiros culpados do roubo.

“A Comissão Pastoral da Terra vêm a público denunciar a estratégia que garante a impunidade aos fazendeiros, que desmatam, roubam e poluem, enquanto criminalizam os pobres do campo, que buscam alternativas para fugir da fome e da miséria”, denunciou uma nota da CPT.

A fazenda Curi foi ocupada por cerca de 250 famílias do MST em novembro do ano passado. O acampamento está numa área que pertence à Igreja de Guarapuava (Comunidade de São Sebastião). A área está em processo de negociação com o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) para fins de Reforma Agrária.