Greve: Professores de São Paulo não recebem aumento há 10 anos
Por Clara Meireles
Fonte Agência Notícias do Planalto
Em greve há mais 15 dias, os profissionais da rede municipal de ensino de São Paulo não recebem aumento real de salário desde 1996. Atualmente, um professor com nível superior ganha R$ 615 por 20 horas semanais de trabalho. No entanto, os descontos na folha de pagamento podem ultrapassam os 10%. Além disso, a categoria reclama da falta de valorização dos profissionais e da super lotação das salas de aula.
Alguns professores da rede municipal denunciam que foram ameaçados ao se integraram ao movimento grevista. No inicio desta semana, a prefeitura publicou uma nota se comprometendo a conceder, no mês de julho, uma gratificação no valor de R$ 350. No mesmo documento, o governo do prefeito Gilberto Kassab (PFL) exige que os professores retornem imediatamente ao trabalho em “respeito ao direito das crianças e adolescentes e à maioria dos professores e demais integrantes da rede que estão garantindo o funcionamento da maioria das unidades”.
Para o Sindicato dos Profissionais em Educação e Ensino de São Paulo (Sinpeem), a nota foi uma demonstração de intimidação e uma forma “de pôr fim ao movimento [de greve] sem atender às reivindicações da categoria – que não se restringem ao aumento salarial”.
Segundo a assessoria de imprensa do Sinpeem, o último reajuste recebido pela categoria foi em novembro de 2005, no valor de 1,17%. Segundo a Constituição Federal, os profissionais têm direito à reposição salarial, que no caso dos professores de São Paulo foi bem inferior à inflação do ano passado que foi de cerca de 6%.