Ato por Reforma Agrária reunirá 2 mil em Coqueiros do Sul
Um ato político em defesa da Reforma Agrária e da desapropriação da Fazenda Guerra deve reunir cerca de duas mil pessoas nesta sexta-feira na praça central de Coqueiros do Sul (RS). Além do MST, estarão presentes entidades que compõem o Comitê de Apoio à Reforma Agrária da região, do qual fazem parte sindicatos como o Cpers, Metalúrgicos, Central Única dos Trabalhadores, Pastorais Sociais, movimentos da Via Campesina, partidos políticos e autoridades municipais da região.
O ato está marcado para às 10h00. As famílias que vivem em assentamentos do MST da região farão uma doação de alimentos produzidos nas próprias comunidades para as famílias que estão acampadas em Coqueiros do Sul, na luta pela terra. A previsão é que o ato termine às 15h00.
Estima-se que mais de 460 famílias podem ser assentadas na Fazenda Guerra, o que geraria 1,4 mil empregos diretos, além de trabalho para professores, técnicos agrícolas e outros profissionais. Em panfleto que será distribuído aos presentes, os apoiadores da Reforma Agrária explicam, com dados, quais são os benefícios da desapropriação do latifúndio para a região de Coqueiros do Sul. No assentamento da Fazenda Anoni, em Pontão, onde vivem 420 famílias em nove mil hectares, os assentados produzem, anualmente, 20 mil sacas de trigo, 6 milhões de litros de leite, 150 mil sacas de soja, 35 mil sacas de milho, 45 toneladas de frutas, 800 cabeças de gado, 5 mil cabeças de suínos e 10 mil quilos de hortaliças. Essa produção é comercializada, na grande maioria, no comércio local e leva alimento sadio para a mesa dos trabalhadores da região.
O assentamento de Pontão também possui seis escolas públicas. “Entendemos que acabar com o latifúndio, através de uma verdadeira Reforma Agrária, é o melhor caminho para combater a pobreza e garantir o desenvolvimento do interior gaúcho, gerando trabalho, renda e dignidade para milhares de famílias”, diz o texto.