Famílias aguardam desapropriação de área prometida há quatro anos pelo governo de SP
Desde segunda-feira (17/04), 19 trabalhadores rurais Sem Terra estão por tempo indeterminado em vigília beira da rodovia Anhanguera, na região metropolitana de São Paulo (SP). Há quatro anos, as famílias do acampamento Irmã Alberta ocuparam uma área que pertence à Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) e há um impasse na desapropriação do terreno.
Ontem elas enviaram uma carta ao governador do estado, Cláudio Lembo (PFL), para cobrar o acordo feito com o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB). “Nos últimos três anos e meio, foram realizadas audiências nas quais restou acertada a destinação da citada área para assentamento agrícola na região metropolitana de São Paulo, através de sua compra pelo Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária)”, diz o texto.
Segundo os Sem Terra, em todas as audiências realizadas (uma no Pontal do Paranapanema, três no Palácio do Governo e duas na Secretaria de Justiça) , o governo afirmou oficialmente que a área seria destinada para a Reforma Agrária.
A última reunião ocorreu no final de 2005 e foi estabelecido que a fazenda seria vendida por um preço definido a partir de avaliação do Incra, Itesp (Instituto de Terras do Estado de São Paulo) e Sabesp. Participaram das negociações o senador Eduardo Suplicy (PT) e o então presidente da Comissão Pastoral da Terra, Dom Tomás Balduíno. A vistoria já foi realizada, mas a comunidade continua esperando uma ação efetiva do governo do estado.
Os Sem Terra pretendem permanecer em vigília até conseguirem uma nova audiência com governador Lembo para resolver o impasse.