No Paraná, romaria do trabalhador marca 1º de maio

Trabalhadores e trabalhadoras de Curitiba (PR) e região metropolitana relembraram ontem o dia 1º de maio com uma caminhada de quase dois quilômetros. Cerca de 500 pessoas participaram da Romaria do Trabalhador.

A caminhada este ano teve como lema o “O futuro do trabalho a nós pertence” e começou às 10h00. Eles saíram da Paróquia Santa Gema Galgani, percorrendo a avenida Anita Garibaldi até o terminal de ônibus na Barreirinha. Durante o percurso, os participantes fizeram duas paradas para assistir a apresentação de um teatro sobre a questão do desemprego e ouvir o presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores) do Paraná, Roni Anderson Barbosa, que falou da importância do salário mínimo.

Segundo o padre Jaime Schmitz, integrante da coordenação das pastorais sociais da Arquidiocese de Curitiba, a idéia da romaria é unir os trabalhadores desempregados, empregados, movimentos sociais e pastoriais sociais para relembrar a memória de luta dos trabalhadores. “Este é um dia de reflexão e luta, para exigir condições de vida mais digna ao povo brasileiro”, argumenta.

A trabalhadora Anita de Castro Alves, 61 anos, conta que participou da romaria porque seu filho e sua nora estão desempregados. “Quantas pessoas estão sem trabalho e não tem o que comer. Todos precisam ter alimento e o direito a um emprego”, denúncia.

Roni Barbosa destacou também a importância da luta dos trabalhadores por melhores salários. “Precisamos de um aumento real do salário mínimo. Este é o principal instrumento de distribuição de renda no Brasil”, defende.

A CUT é contra a flexibilixação e redução dos direitos trabalhistas. Barbosa argumenta que o salário mínimo atual está muito abaixo da inflação e que o mínimo deveria ser de 1.500 reais para garantir uma vida digna ao trabalhador.

Durante a romaria, houve momentos de reflexão sobre as transformações no mundo do trabalho, desemprego, reforma trabalhista e flexibilização das relações de trabalho. A caminhada foi encerrada com a partilha e benção dos pães de padarias comunitárias de Curitiba.

O Dia do Trabalhador relembra uma greve pela redução da jornada de trabalho que aconteceu no dia 1º de maio de 1886, há 120 anos. Nessa data, nove grevistas foram assassinados pela polícia por exigir redução da jornada de trabalho para 8 horas, em Milwaukee, perto de Nova Iorque, no Estados Unidos.