Sem Terra enviam cartas a Lula para exigir desapropriação de latifúndio no RS

Cerca de 300 integrantes do MST enviaram na manhã de hoje uma correspondência ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendendo a desapropriação da Fazenda Guerra, latifúndio de mais de 7 mil hectares localizado no município de Coqueiros do Sul (RS). O ato, que ocorreu em Porto Alegre, foi repetido por agricultores da Via Campesina mobilizados no interior do estado e deu início à campanha do MST pela desapropriação da área. O gesto também foi realizado por 23 prefeitos da região.

O MST defende que o latifúndio, que ocupa 30% da área do município e gera empregos para apenas 15 funcionários temporários, seja transformado em um assentamento para 450 famílias, gerando 950 empregos diretos e desenvolvendo uma produção diversificada, que vai movimentar a economia da região.

Um bom argumento a favor das famílias Sem Terra fica bem próximo à Fazenda Guerra. Trata-se da antiga Fazenda Anonni, área de 9 mil hectares que foi desapropriada em 1986, onde foram assentadas 420 famílias. O assentamento da Anonni produz hoje cerca de 20 mil sacas de trigo, 6 milhões de litros de leite, 150 mil sacas de soja, 35 mil sacas de milho, 45 toneladas de frutas, 800 cabeças de gado, 5 mil cabeças de suínos e 10 mil quilos de hortaliças por ano.

Prefeitos aderem

Uma delegação de representantes de 23 prefeitos da região norte do estado entregou carta ao presidente Lula pedindo a desapropriação da Fazenda Guerra. O documento também foi assinado pelo presidente do Conselho Regional de Desenvolvimento (Corede) da Região da Produção, Nelson José Grasselli. Em nome do fim dos conflitos e do desenvolvimento da região, assinaram o documento representantes dos municípios de Almirante Tamandaré do Sul, Pontão, Jaboticaba, Ernestina, Taquaruçu do Sul, Nonoai, Nova Boa Vista, Constantina, Novo Xingu, Pinhal, Santo Antônio do Palma, São Pedro das Missões, Três Palmeiras, Trindade do Sul, Ronda Alta, Rondinha, Santo Antônio do Planalto, Lajeado do Bugre, Tio Hugo, Rio dos Índios, Planalto e Rodeio Bonito.

O MST convida os amigos e amigas da Reforma Agrária a enviarem correspondências – seja por correio eletrônico ou carta – ao presidente Lula e à presidência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária chamando atenção para o caso, principalmente em relação às constantes violações aos direitos humanos que as famílias Sem Terra têm sofrido na região.

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