“As favelas não precisam de caveirão, mas de dignidade”, diz historiador
Por Clara Meireles
Fonte Agência Notícias do Planalto
Em março deste ano, entidades sociais do Rio de Janeiro iniciaram uma campanha contra o carro blindado conhecido como caveirão – utilizado pela Polícia Militar nas comunidades pobres do Rio de Janeiro. A iniciativa de protestos contra os “tanques”, que chegou a 20 países do mundo, organizou abaixo-assinados que circularam por todo Brasil. Estes documentos serão entregues à governadora do estado, Rosinha Matheus (PMDB), na próxima quarta-feira (07), quando será realizada a “Marcha Contra o Caveirão, a Violência Policial e pelos Direitos das Comunidades”.
A campanha está sendo articulada por Organizações Não-Governamentais (ONG’s) de direitos humanos como Anistia Internacional. Para o historiador Marcelo Freixo, pesquisador da Ong Justiça Global, que também integra a campanha, a política de segurança do Rio de Janeiro viola os direitos humanos das populações dos morros e periferias cariocas.
“O que as favelas precisam não é de caveirão, é de Estado. Elas não têm escolas, saúde, educação, emprego, assistência. A policia é um instrumento muito pequeno pra garantir segurança diante de tanta violência colocada no Rio de Janeiro. A favela da Maré, por exemplo, tem 130 mil habitantes e apenas duas escolas de ensino médio: isso é violento, absolutamente excludente”.
A Secretaria de Segurança do estado afirma que o “caveirão” protege a integridade física do policial que combate o tráfico de drogas. No entanto, para Freixo, garantir a segurança dos policias não pode representar a violação do direito humano e a morte de mais de um milhão de habitantes das favelas do Rio.