Assentados discutem produção de arroz ecológico no Rio Grande do Sul
Por Luiz Renato Almeida
Fonte Agência Chasque
Terminou nesta semana, no assentamento Filhos de Sepé, em Viamão (RS), o Seminário Regional de Arroz Ecológico do MST. Atualmente, 121 famílias ligadas ao Movimento produzem arroz orgânico em assentamentos no Rio Grande do Sul. A área plantada é de 618 hectares e a produção estimada para a safra 2006/2007 é de mais de 54 mil sacas de arroz.
De acordo com Huli Marcos Zang, um dos coordenadores do grupo gestor do arroz ecológico em Viamão, as 28 famílias produtoras estão organizadas em uma associação. “Estas famílias já vêm há quatro anos plantando arroz orgânico, assim como outros cultivos. Assim, estamos desenvolvendo novas técnicas, como a produção de arroz e peixe. Atualmente, o grande desafio é colocar o arroz no mercado”, afirma.
Para o agricultor Osmar Marchioro, assentado em Viamão, a grande vantagem de produzir arroz orgânico é se livrar do uso do veneno e ainda garantir um preço mais alto pelo produto. “Nós não usamos veneno e isso é uma grande coisa. E como resultado final, na venda coletiva, acreditamos que pegamos melhor preço”, conta.
Enquanto o preço pago pela saca de arroz convencional está em torno de R$ 18, os assentados que plantam arroz orgânico conseguem o preço mínimo de R$ 26 pela saca. De acordo com Huli Zang, os agricultores assentados ainda precisam garantir a certificação do arroz orgânico com mais facilidade, o que vai melhorar a venda do produto.
“Existem vários entraves, e o primeiro deles é a certificação, que está na mão de poucos. Para o pequeno agricultor se torna bastante caro. Mas nós temos conseguido, com programas como o de aquisição de alimentos da Companhia Nacional de Abastecimento, colocar o arroz na merenda escolar dos municípios”, relata.