I Fórum Social do Caribe aponta para aliança entre campo, cidade e ambientalistas
Entre os dias 5 e 9 de julho foi realizado o I Fórum Social do Caribe, na Martinica. Além de movimentos nacionais, participaram entidades internacionais como a Rede de Aliança Internacional de Habitantes, a CLOC (Coordenação Latino-americana de Organizações do Campo), a Via Campesina e o Grito dos Excluídos, entre outras.
O encontro foi marcado pelas denúncias das organizações urbanas e rurais sobre os impactos das políticas neoliberais na vida da população. Temas como a expulsão de camponeses de suas terras, o abandono da produção agrícola, conversão de zonas rurais em áreas exclusivamente turísticas e os impactos dessa política ao meio-ambiente foram amplamente discutidos.
No dia 6 de julho, a Aliança Internacional de Habitantes fez a apresentação da Campanha Despejo Zero, em que apontou as situações críticas de moradia vividas por trabalhadores e trabalhadoras em Porto Rico. Maria del Carmem, integrante da Via Campesina, lembrou os despejos da Guatemala e criticou a ameaça de deportação contra 20 pessoas em Santa Lucia, na Martinica.
Na República Dominicana, mais de um milhão de habitantes urbanos que vivem na capital sofrem ameaças constantes do setor imobiliário. Mais de 30 mil pessoas estão sendo desalojadas de suas moradias para dar lugar ao metrô e uma avenida às margens dos rios Ozama e Isabela. Isso faz parte de uma política de construir uma ilha artificial em frente ao centro histórico da capital, Santo Domingo, e da remodelação da foz do rio Ozama. Segundo os dominicanos, a idéia é que o local se transforme em uma referência para cruzeiros marítimos de todo o mundo. Os habitantes questionam o impacto ambiental que a obra vai causar, ainda sem avaliação.
No Fórum também foi apontada a necessidade de constituir uma aliança entre os movimentos sociais urbanos, camponeses e ambientalistas pelo direito à terra, vida e pelo fim dos despejos.