Estudantes Sem Terra ocupam Incra no Ceará

Cerca de 100 estudantes da 1° turma de Pedagogia da Terra do Ceará ocuparam, nesta manhã, o gabinete da superintendência do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) no estado.

Os estudantes Sem Terra reivindicam a liberação dos recursos para o início da quarta etapa do curso, que é realizado em parceria com a Universidade Federal do Ceará, e também das 230 turmas de Educação de Jovens e Adultos, em parceria com a Universidade Estadual do Ceará, que há três meses iniciaram as aulas sem infra-estrutura. A verba para a segunda etapa das seis turmas de magistério da UECE também não saiu. Além disso, os educadores não receberam seus salários, o que complica ainda mais a situação dos cursos, desenvolvidos pelo Pronera (Programa Nacional de Educação em áreas de Reforma Agrária), do governo federal.

Os Sem Terra pretendem permanecer acampados até que o Incra apresente uma solução para os casos. “Para a realização das duas etapas são necessários 330 mil reais e o Incra só prometeu metade. Os estudantes estão convictos que não é possível começar essa etapa sem acordo, pois na próxima vão vivenciar a mesma enrolação” afirmou Maria de Jesus, integrante da coordenação estadual do MST.

Amanhã os estudantes terão aulas no auditório do Incra. À noite, filmes e palestras com professores das universidades fazem parte da programação. “Este é um acampamento pedagógico”, dizem os Sem Terra.

A turma de pedagogia tem estudantes de 50 assentamentos do Ceará, Maranhão e Rio Grande do Norte e conta com a participação de integrantes da CPT (Comissão Pastoral da Terra) e do MPA (Movimento dos Pequenos Agricultores), além do MST.

“Através dessa conquista, os filhos e filhas de Sem Terra que não têm acesso a educação superior no campo estão se formando para atuar nos seus assentamentos e acampamentos. Vamos lutar para que o governo cumpra com esse convênio, que é muito importante para os trabalhadores e as trabalhadoras Sem Terra”, divulgou o MST do Ceará em nota.