MST protesta na Secretaria de Educação do RS

Cerca de 250 educadores, crianças, pais e mães dos acampamentos do MST protestam desde a manhã desta terça (8) na Secretaria Estadual de Educação, em Porto Alegre. A mobilização pretende denunciar o atraso de sete meses no repasse pelo Governo do Estado às dez Escolas Itinerantes que funcionam em acampamentos Sem Terra no Rio Grande do Sul.

De acordo com o MST, o Governo do Estado não repassa verbas para estrutura e para o salário dos educadores desde novembro do ano passado. Mesmo assim, o movimento mantém aulas para as crianças dos acampamentos, com 13 educadores e educadoras e 37 monitores e monitoras. “Apesar de existirem legalmente, as Escolas Itinerantes não são reconhecidas politicamente pelo atual Governo”, lamenta Altair Norback, do setor de educação do MST.

As Escolas Itinerantes do MST foram criadas oficialmente em novembro de 1996 e são mantidas por convênios com o Governo do Estado desde 1997. Apesar disso, o governador Germano Rigotto não repassa verbas há sete meses e se recusa a renovar o convênio, o que deveria ter sido feito em julho. Além disso, não reconhece as turmas de educação infantil (crianças de zero a cinco anos) que são mantidas pelas escolas dos acampamentos. “Queremos que o Governo do Estado reconheça a Escola Itinerante como Escola Estadual”, afirma Altair. Atualmente, dez Escolas Itinerantes funcionam em acampamentos de beira de estrada, com 236 crianças estudando.

Além da questão das Escolas, a mobilização dos educadores e das crianças do MST defende a agilização da Reforma Agrária no Estado, com o assentamento das 2.500 famílias acampadas em beiras de estrada no RS, além da desapropriação imediata do latifúndio de nove mil hectares da Fazenda Guerra, de Coqueiros do Sul. O protesto também denuncia o processo de criminalização que os movimentos sociais vêm sofrendo no Estado, pela Justiça, pela Polícia e pela imprensa.