Reestatização da CVRD e demarcação das terras indígenas marcam dia no ES
Após o desfile oficial do dia 07 de setembro, realizado na Praia de Camburi, em Vitória (ES), diversos movimentos sociais e pastorais da Igreja Católica se manifestaram no Grito dos Excluídos. O MST, a CUT (Central Única dos Trabalhadores), o DCE da UFES (Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal do Espírito Santo) e vários sindicatos reivindicaram a anulação do leilão que privatizou a Companhia Vale do Rio Doce. Com o grito “A vale é do povo brasileiro!”, houve distribuição de panfletos à população que assistia ao desfile, denunciando a privatização da empresa como uma entrega de um patrimônio do povo brasileiro ao capital internacional.
“Não há como pensar numa pátria livre nesse 7 de setembro sem reivindicar o patrimônio que pertence ao povo, que foi privatizado e vendido a preço de banana!”, explicou Ednalva Moreira Gomes, integrante da direção nacional do MST.
Além dessa reivindicação, houve o grito pela demarcação das terras indígenas Tupinikim e Guarani, no município de Aracruz. O cacique guarani Werá Kwaray (Toninho), liderança indígena presente na atividade, denunciou a morosidade da Funai (Fundação Nacional do Índio) para encaminhar a decisão pela demarcação das terras indígenas ao Ministério da Justiça. “O prazo final para a Funai encaminhar seu parecer era 20 de agosto e isso não aconteceu. Por isso, continuamos fazendo luta para pressionar pela agilidade desse processo na justiça”, disse Toninho.
Ao mesmo tempo em que acontecia o Grito, as aldeias indígenas estavam em mobilização, fazendo cortes de eucalipto em um viveiro de mudas da empresa Aracruz Celulose localizado dentro dos 11, 9 mil hectares de terras que pertencem aos povos Tupinikim e Guarani.