“Brasil entrega empresa a preço de banana”, diz comitê pela reestatização da Vale

Por Danilo Augusto
Fonte Agência Notícias do Planalto

Quase dez anos após o leilão de 41% do patrimônio da Companhia Vale do Rio Doce, que ocorreu em 1997 durante o governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB), a venda das ações da estatal ainda tramitam na Justiça. No ano passado, devido irregularidades existentes no processo de privatização da empresa, o Tribunal Regional Federal determinou fosse feita que uma nova perícia no processo de privatização.

Movimentos e entidades sociais – como a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Via Campesina – denunciam que o capital privado pagou cerca de R$ 3 bilhões por uma empresa estimada em quase
R$ 100 bilhões.

Carlos Renato Monteiro, membro do Comitê Nacional da Campanha de Reestatização da Vale do Rio Doce, questiona o processo: “como o Brasil entrega uma empresa a preço de banana? Uma empresa que poderia colocar a país estrategicamente no cenário internacional? Por que privatizar uma empresa que desde 1990 o governo federal não precisava reinvestir R$ 1 nela? Tinha anualmente US$ 500 milhões de lucro e chegamos em 1997 a empresa é vendida por R$ 3,3 bi. Na época da privatização, já tinha pelo menos sete anos que o governo não precisava investir na empresa para ela operar e gerar lucro.” Entre os réus no processo que tramita na Justiça estão a União, o ex-presidente FHC e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que financiou a venda da empresa.

Atualmente a Vale tem mais de 30 mil empregados e é responsável por aproximadamente 39% da movimentação do comércio exterior nacional.