Encontro dos Sem Terrinha tem sua 10ª edição no RS
Compreender o mundo a partir da realidade que se vive, para depois transformá-lo. Esta é a função do Encontro dos Sem Terrinha, que pela 10ª vez é realizado no Dia das Crianças (12/10) pelo MST Rio Grande do Sul. Cerca de 1,5 mil crianças de 7 a 14 anos de assentamentos e acampamentos gaúchos devem participar das atividades em sete encontros regionais nos municípios de Santana do Livramento, Bagé, Canguçu, Piratini, Sarandi, Jóia e Porto Alegre.
Na capital e região metropolitana, a estimativa é de que 350 crianças participem do encontro nos dias 12 e 13/10, no assentamento Integração Gaúcha, em Eldorado do Sul. No primeiro dia, haverá 17 oficinas pedagógicas de teatro, capoeira, expressão corporal, grafitagem, música e danças, entre outros. No dia 13 de manhã é a parte de estudos, que neste ano abordará a monocultura de florestas exóticas e as suas conseqüências para o meio ambiente e a população. À tarde, as crianças visitam o Jardim Botânico e realizam uma marcha no centro da cidade, quando apresentam a sua carta de reivindicações.
Marli Zimermann de Moraes, integrante do setor de educação do MST, ressalta a importância de aliar brincadeiras a discussões culturais e à questões que mexem com a própria realidade das crianças, como a monocultura de pinus, acácia e eucalipto. “A discussão sobre o chamado Deserto Verde vem ganhando força nos últimos meses no estado. É importante que as crianças e os adolescentes aprendam e discutam sobre a questão, para que possam escolher o melhor para suas vidas”, afirma.
Assunto que, para Marli, vai ao encontro do tema das atividades dos Sem Terrinha deste ano: “Como fazer a escola transformando a História” . “Nos encontros de 2005 falamos sobre as vantagens de morar no campo e sobre o tipo de agricultura e de vida que queremos ter. Agora em 2006 continuamos este debate, ressaltando a importância das crianças em decidir pelo seu próprio futuro”, diz.