Na Bahia, empresas de celulose geram pobreza devido ao êxodo rural

Por Danilo Augusto
Fonte: Agência Notícias do Planalto

A expansão da monocultura é responsável pelo aumento do êxodo rural no Extremo Sul baiano. De acordo com informações do Centro de Estudos e Pesquisas para do Desenvolvimento do Extremo Sul da Bahia (Cepedes), a região de Eunápolis tem o maior índice de êxodo rural do país. Quase 60% dos agricultores baianos já deixaram suas áreas, sendo que o índice geral do Brasil é de 28% .

A empresa Veracel, que tem como maior acionista a empresa Aracruz Celuse, está aumentando o plantio de eucalipto na região. Já são 43 mil hectares plantados, uma área equivalente ao mesmo número em campos de futebol. Estas áreas ficam conhecidas como “Deserto Verde”, por degradar o meio ambiente e enfraquecer a terra, impossibilitando o plantio de outras culturas.

Para o padre José Koopmans da diocese Teixeira de Freitas na Bahia, o êxodo rural aumenta a população de pequenos municípios que são carentes de infra-estrutura, gerando assim muita pobreza.

“Os agricultores vendem suas terras, vão para as cidades, que não tem infra-estrutura, não tem trabalho. Isso cria bolsões de miseráveis nas cidades e o campo fica vazio. E os filhos dos pequenos agricultores que venderam suas terras, entram no caminho vendendo e negociando drogas para poder sobreviver”.

A Aracruz já foi multada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) na Bahia em R$ 600 mil por plantar irregularmente 200 hectares de eucalipto. Mesmo respondendo judicialmente por diversos crimes ambientais e sociais, a empresa recebe financiamento público para continuar sua expansão. Somente em 2005, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) destinou R$ 297 milhões para a Aracruz.