Trabalhadores urbanos defendem Reforma Agrária
Por Luiz Renato Almeida
Fonte Agência Chasque
Entidades representativas de trabalhadores urbanos realizam nesta sexta-feira, em Porto Alegre, uma série de atividades em apoio à Reforma Agrária no Rio Grande do Sul. As manifestações são organizadas pela CMS (Coordenação dos Movimentos Sociais).
Às 9h00 da manhã de sexta, acontece na Assembléia Legislativa uma audiência pública para discutor o tema da Reforma Agrária e a atuação do Poder Judiciário nos processos de desapropriação de terra. Uma das reivindicações é a desapropriação da Fazenda Guerra, uma área de nove mil hectares localizada no município de Coqueiros do Sul. Celso Woyciechowski, presidente estadual da CUT-RS (Central Única dos Trabalhadores), explica o caráter da atividade. “Foram convidados todos os prefeitos da região próxima à Fazenda Guerra, todos os deputados, Ajuris, OAB, Tribunal Regional Federal da 4ª região, Tribunal de Justiça do Estado e movimentos sociais”, relata.
Às 11h30 da manhã, centenas de manifestantes se concentram em frente ao prédio do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária). Além de entidades ligadas ao movimento sindical e popular, outros setores organizados da sociedade deverão se somar à atividade.
Para o presidente estadual da CUT, a Reforma Agrária também é assunto de interesse dos trabalhadores urbanos. “É uma necessidade premente para duas questões. A primeira delas é inclusão social, distribuição de renda. A outra questão é o desenvolvimento equilibrado, sustentável A Reforma Agrária é fundamental para o desenvolvimento equilibrado do campo e da cidade”, afirma.
Celso Woyciechowski também opina sobre o avanço da monocultura de eucalipto no Rio Grande do Sul, o que é considerado um entrave para a Reforma Agrária. “Essa é uma concepção de governo, do Rigotto e da Yeda, de desenvolvimento baseado na monocultura. Já apresentou resultados negativos, que não condizem com o desenvolvimento equilibrado, sócio-ambiental, e com distribuição de renda. Nós somos contra o desenvolvimento baseado na monocultura. Queremos fazer um debate mais aberto com a sociedade sobre esse projeto e as concepções de desenvolvimento”
As atividades da Coordenação dos Movimentos Sociais acontece no mesmo momento em que o MST realiza três marchas no Rio Grande do Sul, em São Gabriel, São Borja e Eldorado do Sul. O MST reivindica as desapropriações das fazendas Guerra, de Coqueiros do Sul, Sotuhall, de São Gabriel, e Dragão, de Eldorado do Sul.