Morte de Sem Terra completa um ano e assassinos continuam soltos
Há um ano, o integrante da direção estadual do MST de Alagoas, Jaelson Melquíades, foi assassinado com cinco tiros à queima-roupa. Até hoje os executores e o mandante do crime continuam soltos e ameaçando as famílias Sem Terra acampadas e assentadas na região de Atalaia, zona da mata do estado. Para denunciar a violência e a impunidade, cerca de três mil trabalhadores e trabalhadoras rurais do MST realizam um ato amanhã pelas principais ruas do município.
A região é caracterizada por grandes latifúndios canavieiros e é palco de um violento conflito agrário. Em onze anos foram assassinados três trabalhadores rurais. O caso mais recente foi o de Melquíades, mas os outros também continuam impunes.
As áreas ocupadas pelo MST fazem parte da massa falida da Usina Ouricuri. Os Sem Terra ocupam 13 das 25 fazendas do complexo. São sete assentamentos, cinco acampamentos e um pré-assentamento.
Os assentamentos Canudos e José Elenilson foram os primeiros e suas produções chegam a abastecer semanalmente três caminhões de macaxeira, feijão de corda, abóbora, melancia e amendoim, entre outros. Os produtos são comercializados na feira do centro de Atalaia.