Movimentos deixam porto depois de compromisso do Incra em Alagoas
Os 6 mil trabalhadores rurais do MST, MTL (Movimento Terra e Liberdade) e MLST (Movimento da Libertação dos Sem Terra) desocuparam por volta das 16h desta quinta-feira (30/11) o cais do Porto de Maceió, do governo federal, onde foi realizado um protesto para exigir a imissão de posse das terras da falida Usina Agrisa, no município de Flexeiras e Joaquim Gomes.
O presidente do Incra, Rolf Hackbart, divulgou uma carta com o compromisso de que o governo vai depositar em juízo o valor correspondente à aquisição da usina. Na segunda-feira, está marcada uma reunião do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) para encaminhar o processo para a desapropriação.
Cerca de 2 mil famílias sem-terra estão há cinco anos lutando pela desapropriação da Usina Agrisa. Agora, por conta de um impasse do governo federal, estão ameaçadas de mais um despejo, caso a imissão não saia até o dia 10 de dezembro.
Os trabalhadores rurais ocuparam o cais, um órgão do governo federal por onde se escoa as riquezas do Estado, para denunciar a lentidão dos processos de desapropriações. A ocupação do porto tem como principal reivindicação a realização da Reforma Agrária nas terras da Agrisa. As famílias permanecerão no local até que o governo federal atenda assente as famílias.
Os movimentos sociais do campo apresentam uma pauta com 23 reivindicações, como a questão da violência, da impunidade, da liberação de créditos. Pedem também o assentamentos das 12 mil famílias acampadas em Alagoas.