MST deixa prédio do Incra em SP e aguarda audiência com governador
Na noite de ontem, os 600 trabalhadores e trabalhadoras rurais Sem Terra que ocupavam o prédio do Incra (Instituto de Colonização e Reforma Agrária) em São Paulo (SP) desde terça-feira deixaram o local e retornaram para seus acampamentos e assentamentos.
O MST desocupou o prédio após uma audiência com Raimundo Pires, superintendente regional do órgão, e outros assessores. Alguns pontos da pauta de reivindicações apresentada pelos Sem Terra foram acordados, como a construção de poços, instalação de bombas e reservatórios de água em 15 assentamentos, construção de estradas e implantação de Centros Esportivos e Culturais nas áreas da Reforma Agrária.
A questão dos fomentos, outra reivindicação do MST, também foi discutida.
Ficou definido que os depósitos dos fomentos serão feitos imediatamente na conta dos assentados. Os créditos do PRONAF (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar) também deverão ser depositados. Um crédito para a construção de 10 mil moradias deve ser articulado junto à Caixa Econômica Federal, além de recursos para obras de saneamento básico e construção de estradas.
O MST também requisitou a entrega de seis unidades extratoras de biodiesel e duas usinas de extração de óleos essenciais para projetos agroindustriais em assentamentos. Será definido um plano para execução de obras de recuperação e conservação de solo nas áreas da reforma agrária. Ficou acordada também a garantia de conclusão dos processos de obtenção de terras, que representam 45.800 hectares, com capacidade para assentar mais de três mil famílias.
Itesp
Ao deixar o prédio do Itesp, também ocupado em 28 de novembro, os Sem Terra ouviram da secretária da justiça, Dra. Eunice Prudente, o compromisso de articular uma audiência com o governador Cláudio Lembo. A audiência foi solicitada após declarações da direção do órgão de que somente o governador poderia encaminhar as reivindicações do MST.
Os Sem Terra aguardam confirmação da secretária.