Ex-governador depõe sobre despejo do acampamento Sonho Real

O ex-governador de Goiás, Marconi Perillo, foi ouvido na segunda-feira (18/12) como testemunha no processo que julga os responsáveis pela violência praticada contra três mil famílias sem-teto da ocupação Sonho Real. Elas foram despejadas 16 de fevereiro de 2005 por 2.500 policiais militares na “Operação Triunfo”. Mais de 800 pessoas foram presas e dezenas ficaram feridas. Dois trabalhadores, Pedro Nascimento Silva e Wagner da Silva Moreira, foram assassinados. Até hoje as famílias procuram parentes desaparecidos no dia.

A ocupação começou em maio de 2004 em uma área abandonada na capital goiana. Em janeiro do ano seguinte, a justiça ordenou a reintegração de posse da área. Na época, Perillo se comprometeu a não usar métodos violentos durante o despejo.

Durante o depoimento do ex-governador, manifestantes do Comitê Goiano pelo Fim da Violência Policial, sem-teto do Sonho Real e apoiadores protestaram na porta do Tribunal de Justiça. Eles exigem que Perillo seja responsabilizado pela violenta desocupação. Ao final da audiência, os manifestantes foram reprimidos pela polícia.