Ortega assume na Nicarágua com promessa de lutar contra a pobreza
Fonte: Vermelho
Em um discurso para uma multidão na Praça João Paulo II, após assumir o cargo em Manágua, capital do país, o ex-guerrilheiro, Daniel Ortega garantiu que estabelecerá um governo austero e de unidade nacional para lutar contra a fome e os graves problemas econômicos e sociais do país.
”Nesta tarde histórica, retornamos ao governo depois de 16 longos anos na oposição, com a disposição de lutar contra a pobreza e a fome”, prometeu Ortega, em seu primeiro discurso como presidente.
Disse ainda que a faixa presidencial pertence aos nicaragüenses. ”Esta faixa pertence aos pobres, aos nicaragüenses que estão dispostos a lutar pela justiça, a lutar para que desapareçam a fome, a falta de educação, de saúde, (a faixa pertence) a todos os nicaragüenses que foram agredidos pelas políticas neoliberais”.
Integração
Neste primeiro discurso, ele também traçou de maneira geral a política de seu governo, prometendo lutar contra a corrupção e reduzir os altos salários dos altos funcionários públicos.
Garantiu também que não vai privatizar o serviço de água potável, nem as empresas hidrelétricas em poder do Estado. O presidente recém-empossado assegurou que resolverá a grave crise energética do país com o apoio de Chávez, que nesta quinta fará a entrega em Manágua das primeiras unidades elétricas.
O líder sandinista também confirmou sua adesão, nesta quinta-feira, ao projeto integracionista Alternativa Bolivariana para a América Latina e o Caribe (Alba), promovido por Venezuela, Cuba e Bolívia.
Diante das mais de cem mil pessoas que acompanharam sua posse, Ortega criticou o neoliberalismo e indicou que a Nicarágua seguirá por outro caminho a partir de agora.
”Para onde vai a nossa riqueza?”, perguntou Ortega, ao falar das políticas neoliberais adotadas na Nicarágua. ”Só para alguns poucos”, respondeu.
”Quais são os resultados dessas políticas que o Papa João Paulo II chamou de capitalismo selvagem?”, voltou a perguntar o presidente. ”Temos o desafio de abrir um novo caminho, que permita às famílias nicaragüenses viver com dignidade”, acrescentou.