Mais de 500 mortes no Haiti nos últimos três meses
De acordo com a Comissão Episcopal Nacional de Justiça e Paz mais de 530 mortos foram encontrados nas ruas haitianas no último trimestre de 2006, como resultado da ação tanto das quadrilhas como dos soldados.
Na última sexta-feira, dia 9, cerca de 700 agentes da Minustah (sigla em francês para Missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti), apoiados por veículos blindados, helicópteros e aviões de reconhecimento cercaram o bairro de Boston, na costa de Cité Soleil, como início da operação que durou todo o fim de semana.
O coronel Magno Barrosso, comandante do contingente brasileiro, informou que sete membros de grupos armados foram presos em Cité Soleil, onde continuarão as ações nos próximos dias. Barosso, disse que durante a ocupação da casa do líder criminoso e fugitivo Evans Ti Kouto, as tropas estrangeiras encontraram mais de cinco mil cartuchos de diferentes calibres, apesar de que a imprensa local informar que só foi apreendida uma pistola.
Durante o inicio das ações dos capacetes azuis, Evans Ti Kouto manifestou numa emissora de rádio da capital suas intenções de por fim a vida, depois de perder um de seus tenentes, conhecido por Vanyan Atis. Mas apesar dos rumores sobre seu eventual suicídio, a Radio Kiskeya, informou que o poderoso chefe da quadrilha está vivo e goza de boa saúde.
Durante a ocupação de Cité Soleil pelas tropas militares houve um êxodo massivo da população civil para outros pontos da capital e numerosas manifestações de protesto. Além dos disparos, os soldados da ONU lançaram gases lacrimogêneos para dispersar os manifestantes.
Embora esteja próximo o fim do mandato da Minustah, previsto para este quinta-feira, o Conselho de Segurança da ONU não está de acordo sobre uma eventual prorrogação de sua permanência no Haiti. Os debates e contradições se registram, fundamentalmente, entre os que consideram que é suficiente seis meses e os que defendem que este prazo seja estendido por um ano.
Com informações da Adital