País quer parceria para hidrelétrica na Bolívia, diz Dilma

A ministra chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, disse ontem, dia 12, que o Brasil tem interesse, “sem dúvida”, em uma parceria com a Bolívia para a construção de usinas hidrelétricas no trecho boliviano do Rio Madeira.

Ao sair da reunião do conselho da Petrobras, a ministra disse que os bolivianos não estão pedindo para transformar o projeto do complexo do Rio Madeira em Rondônia (usinas de Santo Antônio e Jirau) em um plano binacional. “O que eles querem é uma parceria nas usinas que ficariam do lado boliviano do Rio Madeira, em projetos que estão em avaliação, como o da hidrelétrica de Cachoeira Esperanza”, afirmou a ministra.

Segundo ela, o projeto dessa usina tem potencial de geração de cerca de 3 mil megawatts (MW), mesma capacidade projetada para cada uma das hidrelétricas do complexo do Madeira, do lado brasileiro do rio. Essa usina ficaria a cerca de 100 quilômetros da fronteira dos dois países.

Dilma também confirmou que as discussões sobre eventuais parcerias para construção de hidrelétricas estarão em pauta nas reuniões da próxima quarta-feira, quando a comitiva do presidente boliviano Evo Morales chegará a Brasília para uma visita oficial.

Gás A ministra “acha que não estará na pauta das reuniões” a discussão sobre o preço do gás natural pago pelo Brasil à Bolívia. Ela julga que esse preço está “bem compatível” com o valor praticado no mercado.

Questionada se haveria espaço para um reajuste fora do previsto no contrato, como pleiteiam os bolivianos, Dilma respondeu: “até onde sei, não tem. É melhor vocês (repórteres) checarem com o Silas (Rondeau, ministro de Minas e Energia).”

Dilma ressaltou que está acontecendo, atualmente, um movimento internacional de diminuição do preço do gás. A ministra citou que, na Bélgica, o preço do gás natural liquefeito (GNL) é mais barato do que o desembolsado pelo Brasil no contrato com a Bolívia. Hoje, o País paga US$ 4,20 por milhão de BTU (unidade térmica britânica) à Bolívia, que por sua vez, quer elevar o valor para US$ 5,00 por milhão de BTU.

A ministra lembrou ainda que o preço do gás oscila muito no mercado internacional. “Por isso, é importante que, qualquer regra que se faça, seja cumprida. Ela disse também que há uma tendência de aumento da oferta do combustível no mundo. “É sabido que existem mais reservas provadas, prováveis e possíveis de gás do que de petróleo. Então, o mercado de gás é bem mais fluido.”

Fonte: Estadão Online