Estudantes do Espírito Santo realizam vivência com a Via Campesina
Entre os dias 3 e 15 de fevereiro, cerca de 30 estudantes da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) estiveram em assentamentos e acampamentos do MST, em núcleos de famílias organizadas pelo Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) e nas Escolas Famílias Agrícolas (EFAS), com o objetivo de conhecer a realidade do campo capixaba e fazer um intercâmbio de conhecimentos entre a universidade e os movimentos sociais.
Organizado pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Ufes, em parceria com os movimentos da Via Campesina, o Estágio de Vivência contou com a participação de estudantes dos cursos de história, geografia, comunicação social, ciências sociais, biologia, serviço social, economia e pedagogia.
“A iniciativa de fazer o estágio de vivência partiu da necessidade de aproximar a universidade da realidade social do campo capixaba e também de estreitar os laços com as organizações camponesas”, explica Bruna Gatti, diretora de DCE da Ufes.
Os estudantes conheceram três assentamentos do MST (Córrego Alegre, Zumbi dos Palmares e Pipinuck), onde tiveram contato com experiências agroecológicas e conheceram a proposta de produção e de educação do Movimento. No acampamento Madre Cristina, organizado há 4 anos, conheceram a resistência das famílias em busca de um pedaço de terra.
Nas áreas do MPA, foi apresentada a proposta de diversificação da produção e foram realizados debates sobre o agronegócio e as monoculturas, sobretudo a de eucalipto, bastante presente no Espírito Santo. Por fim, nas Escolas Família Agrícola, conheceram a proposta da pedagogia da alternância, que propõe uma nova concepção de educação no campo.
“Essa foi uma experiência muito importante para os movimentos do campo, pois é uma maneira de estreitar as relações com a universidade e fortalecer a união de campo e cidade”, relata Wanderson Francisco, integrante do MST.
Como perspectivas do Estágio de Vivência, os estudantes pretendem lançar um vídeo sobre a experiência agroecológica do assentamento Córrego Alegre, bem como expandir o debate sobre a realidade do campesinato brasileiro na universidade.