Movimento dos Sem Teto marcha contra despejos em São Paulo
Com o avanço da ofensiva do governo Serra, em São Paulo, contra os movimentos sociais, diversas famílias integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto realizam nesta quarta-feira, dia 28, um ato contra os iminentes despejos das ocupações. As comunidades da Associação Periferia Ativa também participam da manifestação.
Centenas de famílias da Comunidade Carlos Lamarca (MTST Osasco) e ocupações do Jardim Ingá, Jardim das Palmas e Jardim Vital (Associação Periferia Ativa) estão ameaçadas de despejo e não têm para onde ir.
Os manifestantes também lutam pela renovação das bolsas-aluguel concedidas pelo governo estadual, que vencem nos próximos meses. Caso o governo Serra decida pela não renovação das bolsas, mais de 150 famílias da Comunidade Chico Mendes serão despejadas das casas alugadas.
As bolsas-aluguel foram conquistadas com muita luta. Companheiros do MTST permaneceram acorrentados em frente ao Palácio dos Bandeirantes durante 13 dias, em março de 2006. Agora o auxílio está vencendo, as casas conquistadas pela comunidade Chico Mendes ainda não saíram do papel e as famílias encontram-se novamente sem alternativa de moradia.
A marcha partirá da Praça do Taboão da Serra (Nicola Vivilechio) às 9h30 rumo ao Palácio dos Bandeirantes, sede do governo estadual.
Governo de SP descumpre acordo e corta benefícios sociais de Sem Teto
Danilo Augusto
Rádioagência NP
O governador do estado de São Paulo, José Serra (PSDB), quebrou um acordo estabelecido no ano passado entre o ex-governador Cláudio Lembo (PSDB) e o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) que firmava um convênio para pagar R$ 250 mensais durante um ano a 150 famílias do movimento. Elas passaram a receber a verba, chamada bolsa emergencial, após serem despejadas no ano passado do Acampamento Chico Mendes, na cidade de Taboão da Serra.
Apesar de ainda restar um mês para o término do convênio, o governo Serra já cortou o beneficio de muitas famílias. Para Marco Fernandes, do Setor de Formação do MTST, essa decisão demonstra que o convênio não vai ser renovado.
“Este mês ele [governo] cortou o benefício de 40 famílias. Nós interpretamos a medida como uma nítida provocação ao movimento e uma demonstração de que eles estão pouco dispostos a negociar. Isso é um dos motivos pelo qual na quarta-feira (28) vamos em marcha até o Palácio dos Bandeirantes para reivindicarmos a continuação do pagamentos das bolsas. Vamos também marchar para colocar o processo do Acampamento Chico Mendes em pauta, pois o governo do estado não colaborou absolutamente com nada.”
Para o MTST, além de reestabelecer a bolsa emergencial, outro desafio é pressionar o Mistério das Cidades a liberar um financiamento para a construção de 800 casas em um terreno no município de Embu das Artes, na Região Metropolitana de São Paulo. As casas seriam suficientes para abrigar todas as famílias expulsas do Acampamento Chico Mendes. A área escolhida para a construção já foi vistoriada e aprovada pela equipe da Caixa Econômica Federal.