Mulheres da Via Campesina ocupam latifúndios no Rio Grande do Sul
Cerca de 1.300 mil mulheres da Via Campesina, a maioria organizada pelo MST, realizaram na manhã de hoje, dia 6, quatro ocupações de terras no Rio Grande do Sul. As ações fazem parte da Jornada Nacional de Lutas das Mulheres da Via Campesina realizada na semana do 8 de março. O lema das mobilizações deste ano é “Mulheres Camponesas na Luta por Soberania Alimentar, contra o Agronegócio”.
No Rio Grande do Sul as mulheres ocuparam áreas de empresas que tem monoculturas de árvores para denunciar que o deserto verde está impedindo a Reforma Agrária e inviabilizando a agricultura camponesa.
Foram ocupadas áreas da Aracruz Celulose, em Santana do Livramento, da Votorantim, em Candiota, da Stora Enso, em São Francisco de Assis (na divisa com Manoel Viana), e da Boise, em Eldorado do Sul, região metropolitana de Porto Alegre.
Juntas essas quatro empresas têm mais de 200 mil hectares de terras no Rio Grande do Sul, quantidade que daria para assentar 8 mil famílias gerando trabalho, renda e dignidade no campo.
Os movimentos que fazem parte da Via Campesina denunciam que o deserto verde está tomando conta das terras gaúchas e só quem colhe lucro são essas empresas. Para a sociedade o que tem aumentado é a seca, os prejuízos ambientais, o desemprego e a pobreza no campo.
Estudos comprovam que onde avança o deserto verde a agricultura camponesa está sendo destruída, e as primeiras pessoas a serem excluídas da agricultura são as mulheres, porque elas trabalham principalmente na produção de alimentos e criação de pequenos animais destinada ao consumo das famílias ou para os mercados locais.
Por isso com o fortalecimento do agronegócio cresce a exclusão social das mulheres.
Como alternativa ao agronegócio, as mulheres da Via Campesina defendem a Reforma Agrária, agricultura camponesa e a Soberania Alimentar.