Trabalhadoras fazem protestos na BR 101 em Sergipe

Durante a manhã de hoje, dia 6, trabalhadoras da Via Campesina fecharam dois pontos da BR 101 em Sergipe. Um grupo ficou no município de Maruim, na região norte do estado, enquanto outro aproveitou para distribuir panfletos município de Estância, região sul. As manifestações na BR aconteceram durante toda a manhã e terminaram por volta das 12 horas. Mais de 500 mulheres participaram das manifestações no dos pontos da BR 101. De lá elas seguem, ainda hoje, para o acampamento na praça Ranufo Prata, onde se reúnem as demais trabalhadoras acampadas.

O acampamento armado na praça Ranufo Prata, antiga praça da Cruz Vermelha é parte da programação do dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher. Centenas de trabalhadoras de diversas regiões urbanas e rurais de Sergipe já estão acampadas na capital Aracajú. Lá elas realizam atividades lúdicas e políticas até o dia 8 de março.

Acampamento

Durante o acampamento serão realizados estudos sobre o agronegócio e debates sobre a organização política e projetos produtivos para as mulheres. Na quarta-feira, dia 7, será realizada uma Audiência Pública com as autoridades do Governo do Estado e na quinta-feira, dia 8, uma caminhada pelas principais ruas da capital. A caminhada tem previsão para começar às 8 horas e pretende reunir trabalhadoras do campo e da cidade. Às 11 horas haverá um ato público na praça Fausto Cardoso.

O Nordeste brasileiro é dos palcos da ofensiva capitalista no campo, que pode ser verificada principalmente com a expansão da cana-de-açúcar. Na contramão dessa ofensiva estão as famílias agricultoras rurais, obrigadas a abandonar a vida no campo. E é nessa perspectiva que o lema deste ano da jornada das mulheres é “Mulheres na Luta pela Soberania Alimentar, Contra o Agronegócio”.

“Hoje são cerca de 13 mil famílias em todo estado lutando pela terra. Por isso a gente se une a essa jornada de luta nacional contra o agronegócio, por que entendemos que ele é um entrave a Reforma Agrária e prejudica o meio ambiente”, afirma Valdinéia Silva dirigente do MST.

Segundo Valdinéia, enquanto faltam recursos para manter os projetos que geram renda para as mulheres e suas famílias, milhões de reais são destinados ao agronegócio e aos grupos empresariais. “Por isso nossa luta é contra o agronegócio que explora e expropria as trabalhadoras e trabalhadores rurais”, completa.

Entre as pautas reivindicadas pelas mulheres estão: agentes de organização e formação dos grupos de mulheres; projetos produtivos (infra-estrutura física, material e capacitação técnica para produção, gestão e comercialização); centros de comercialização de artesanato; cirandas Infantis (Creches) e; Programas de saúde da mulher e contra violência.

As mobilizações estão sendo organizadas pelos movimentos da Via Campesina (MST, MPA e MAB) e apoiada pela Coordenação dos Movimentos Sociais em Sergipe, que reúne CUT (sindicatos filiados), DCE/UFS, entre outros.