Na Bahia, mulheres organizam o 7° Acampamento

Terminou ontem, dia 8, o 7° Acampamento de Trabalhadoras Rurais e Indígenas na Bahia. Desde segunda-feira, dia 5, cerca de 1.200 mulheres estiveram acampadas na antiga sede da Petrobras, em Salvador. Elas organizaram oficinas, atividades culturais e debates sobre gênero e soberania alimentar. O encerramento aconteceu à tarde, com uma marcha pela cidade de Salvador, que reuniu diversos outros movimentos em um protesto contra a presença de George Bush no Brasil.

Ontem pela manhã, as mulheres participaram de uma audiência pública com alguns secretários estaduais para cobrar políticas públicas específicas para as mulheres. Elas também se reuniram com o governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), pra quem elas entregaram uma carta manifesto com as reivindicações.

No primeiro dia de acampamento, elas realizaram uma análise de conjuntura, que contou com a participação de duas companheiras indígenas do MST de Cochabamba, Bolívia. As bolivianas participam de um intercâmbio no Brasil, organizado pela Ong suíça E-Changer.

Na terça pela manhã, mulheres também fizeram uma plenária sobre violência contra a mulher, que contou com a presença de Nalu Faria, da Marcha Mundial de Mulheres. À tarde foi realizado um debate sobre soberania alimentar. Os dois temas foram também debatidos nas 55 oficinas realizadas durante toda a quarta-feira. A parte lúdica, ficava para o período da noite, com apresentação de bandas e forró e recitais de poesia.

“Foram espaços muito ricos, com a presença de vários movimentos de mulheres. A participação das companheiras foi muito positiva”, avaliou Célia Alldridge, voluntária que atua no setor de gênero do MST na Bahia. Entre as participantes, mulheres trabalhadoras rurais do MST, do Movimento de Trabalhadores Acampados e Assentados da Bahia (Ceta) e indígenas.