No Rio, famílias do MST resistem na ocupação do ITERJ
Já são 50 as famílias acampadas na sede do Instituto de Terras e Cartografia do Estado do Rio de Janeiro (Iterj), no centro. Os trabalhadores rurais chegaram ao local no último dia 6 e afirmam que só deixarão o prédio quando forem garantidas as condições para que sejam assentados. Os agricultores Sem Terra querem a liberação de recursos para indenizar o proprietário da área do futuro assentamento. Eles aguardam pela desapropriação, acampados em barracos, há quase um ano.
Na tarde de ontem, dia 12, uma comissão foi recebida pela presidente do Iterj, Célia Ravera. Ela confirmou que a verba existe, está contemplada no Orçamento deste ano, mas foi contingenciada. Só o governador pode liberá-la. Os Sem Terra pretendem negociar com o Palácio Guanabara, mas insistem que só deixarão o Iterj quando a situação for resolvida.
As 75 famílias viviam desde 2000 em Santa Cruz. Lá, construíram casas e benfeitorias comunitárias e plantaram alimentos nos 950 hectares da área ocupada. Em abril de 2006, entretanto, o governo do Estado negociou a transferências das famílias para três novas áreas, uma vez que, o local onde estavam era visado para a construção da Companhia Siderúrgica do Atlântico.
As famílias foram levadas para uma área em Tinguá, Nova Iguaçu, com prazo de três meses para serem assentadas definitivamente. Mas a desapropriação da fazenda Sempre Verde, a maior das novas áreas, vem se arrastando desde então. De lá para cá, homens, mulheres e crianças estão vivendo numa vila improvisada com barracos de compensado, já em péssimo estado, sem qualquer infra-estrutura ou saneamento básico.
O governo estadual decretou a desapropriação da Sempre Verde, mas não pagou ao antigo dono. Em dezembro, a Justiça reconheceu a desapropriação, desde que seja feito o pagamento. O Movimento Sem Terra prepara uma moção de apoio à ocupação para reforçar a pressão sobre o governo de Sérgio Cabral.
O Iterj fica na Rua Marechal Câmara, nº 160, 4º andar, no centro do Rio.