Empresa desvia madeira em Barra Grande, diz MAB

Luiz Renato Almeida
Agência Chasque

Cerca de 300 integrantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) realizam uma mobilização nesta quarta-feira, dia 21, em Anita Garibaldi (SC), para denunciar uma ação do Consórcio Baesa, responsável pela Usina de Barra Grande, na divisa com o Rio Grande do Sul.

Os agricultores denunciam que as empresas do consórcio estão desviando madeira que deveria ser destinada à construção de 350 casas populares, conforme acordo firmado em dezembro de 2004. Na época, após a descoberta de fraude no Estudo de Impacto Ambiental, que permitiu o início da obra, as empresas se comprometeram em destinar as mais de 10 mil árvores da supressão seletiva para a construção de moradias para a população da região.

No entanto, o MAB afirma que a empresa está desviando esta madeira, como explica um dos coordenadores do movimento em Santa Catarina, Otacílio da Rosa. “Está sendo vendida para algumas madeireiras aqui da região, porque é madeira nobre, pinheiro nativo com mais de 200 anos de idade. É uma madeira que não tem em lugar nenhum, e está sendo vendida até para fora de Santa Catarina. Não temos nada contra quem comprou, mas a empresa tem que cumprir com o que se responsabilizou. Que essa madeira seja revertida em casas populares”, diz.

Este não é o primeiro caso de problemas ambientais envolvendo o Consórcio Baesa. Em 2004, a empresa de consultoria Engevix omitiu do Estudo de Impacto Ambiental a existência de mais de 4 mil hectares de mata nativa, o que permitiu a inundação da região. Até hoje, ninguém foi punido. Fazem parte do Consórcio Baesa as empresas Alcoa, Votorantim, Camargo Corrêa, CBA, DME e CPFL.