Sem Terra são feridos em confronto com a polícia em Alagoas
Durante uma manifestação em solidariedade ao líder do MST, José Santino, que está preso no presídio Ciridião Durval, no Tabuleiro do Martins, Maceió (AL), alguns trabalhadores rurais Sem Terra foram atingidos com balas de borracha disparadas por policiais do Grupo de Ações Penitenciárias (GAP). Os trabalhadores rurais também protestavam contra a suspensão do julgamento do habeas corpus de Santino. O confronto aconteceu na manhã desta sexta-feira, dia 30.
Os integrantes do MST estavam na frente da penitenciária fazendo um ato pacífico, quando foram surpreendidos com a repressão policial. No local havia muitas mulheres e crianças, que ficaram desesperadas durante o confronte. Onze pessoas ficaram feridas, entre homens e mulheres. Os feridos foram socorridos pelo Corpo de Bombeiros e encaminhados à Unidade de Emergência Dr. Armando Lages.
Logo após a confusão, integrantes da manifestação mostraram dois projéteis, calibre 38, que teriam sido disparadas pelo GAP. Os politicias também usaram spray de pimenta e bombas de efeito moral. Mas a PM insistiu na versão de que foram usadas apenas balas de borracha para conter a ocupação.
O responsável pelo Departamento do Sistema Penitenciário, coronel Agamenon, disse que a ação do GAP foi de contenção. Segundo ele, a situação agora é de tranqüilidade. Os trabalhadores Sem Terra seguiram para frente do presídio depois de aguardarem serem recebidos para audiência com o juiz de Atalaia, Alfredo Mesquita, no Fórum regional. O encontro que não aconteceu.
Mobilizações
Ontem, 29, pela manhã, cerca de 3 mil Sem Terra do MST bloquearam 11 pontos das regiões do agreste, zona da mata e mata sul em protesto a prisão de Santino, preso desde o dia 16 de março. José Santino foi preso acusado de espancar o fazendeiro Pedro Batista, principal suspeito de mandar assassinar o trabalhador rural Sem Terra Jaelson Melquíades, em 2005. Os trabalhadores exigiam a liberdade imediata do agricultor e a punição dos mandantes e assassinos de Jaelson, que estão em liberdade.
Durante os bloqueios os Sem Terra conseguiram marcar uma audiência com o presidente do Tribunal de Justiça, José Holanda Ferreira, para apresentar as reivindicações. A reunião aconteceu às 16h, do mesmo dia, na qual ficou acordada que o habeas corpus seria julgado hoje, dia 30.