Justiça define saída de empresa acusada de grilagem no Pará
Gisele Barbieri
Radioagência NP
A Justiça federal do Pará determinou na última semana, a retirada da empresa Incenxil – Indústria, Comércio, Exportação e Navegação do Xingu Ltda, de uma área de aproximadamente cinco milhões de hectares (um hectare corresponde a medida de um campo de futebol), localizada na fazenda Curuá, na Terra do Meio (PA). A determinação atende um pedido do Ministério Público Federal, que argumenta que a empresa tenha se apropriado da terra através de grilagem – área pública apropriada indevidamente, utilizando-se de título de terras ilegítimo.
A sentença determina a saída de todos os sócios, funcionários e até mesmo policiais militares que realizam a segurança do imóvel. A fazenda Curuá atravessa várias Unidades de Conservação e terras indígenas. A propriedade pertence à família do empreiteiro paraense Cecílio Rego de Almeida e foi considerada pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) a maior área grilada já encontrada no país.
Na última semana uma comissão da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetagri-PA) entregou à governadora do estado, Ana Júlia Carepa (PT-PA), um documento que relatava a preocupação da entidade com o número de áreas griladas no estado. Segundo a Fetragri este número é de mais de 24 milhões e 76 mil hectares, o que corresponde a cerca de 20% do território paraense. A entidade quer do governo ações como a destinação destas terras para a criação de assentamentos agrários estaduais.