MST protesta contra corte no abastecimento de água em PE
Na manhã de hoje, 25, as 2.500 famílias que ocupam o Pontal Sul, em Petrolina (PE), bloquearam a BR 428 em protesto contra o corte do fornecimento de água para o acampamento. A suspensão do abastecimento foi determinada ontem por Clementino Coelho, diretor de Desenvolvimento da Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (Codevasf).
A determinação foi realizada via comunicado oficial que explicava que o objetivo da suspensão do fornecimento de água ao acampamento era enfraquecer a ocupação e “operacionalizar a utilização do aparato policial” para a realização do despejo.
No dia 14, quando as famílias ocuparam o projeto Pontal Sul, também houve o desligamento das bombas de água, deixando as 2.500 famílias acampadas no local sem nenhum abastecimento de água. A ação motivou a realização de uma grande marcha de protesto.
Em reunião de negociação realizada entre Incra, Codevasf, governo estadual, CHESF e MST, ficou acertado que, enquanto as bombas não fossem religadas, a Codevasf forneceria água aos acampados com carros pipa. Nessa reunião ficou acertado também que qualquer possibilidade de despejo só aconteceria depois de esgotadas todas as possibilidades de negociação.
Os superintendentes da Codevasf e do Incra em Petrolina ficaram responsáveis de articular uma nova mesa de negociação com a participação dos ministros do Desenvolvimento Agrário e da Integração Nacional, do presidente nacional do Incra e do governador do Estado.
Há denúncias de que o superintendente da Codevasf de Petrolina, Reginaldo Paes, esteja sofrendo retaliações e tentativas de exoneração por parte da direção da Companhia justamente por ter tentado negociar as melhores soluções junto aos acampados do MST. Mesmo com a pressão imposta pela direção da Codevasf e diante da tentativa de despejo, as famílias acampadas do MST garantem que vão resistir acampadas no Pontal Sul.