Governo e Sociedade discutem modelo de TV Pública

Pela primeira vez no Brasil, representantes do governo e da sociedade civil organizada estão consolidando a montagem de uma televisão pública nacional. Trata-se do I Fórum Nacional de TVs Públicas, aberto dia 8 de maio de 2007 em Brasília. Durante quatro dias serão discutidas questões relativas à implementação da TV Pública, entre elas o modelo, as formas de financiamento e de gestão, a linguagem e a programação.

Para o ministro da Cultura, Gilberto Gil, a TV Pública deve ser “mais democrática, mais barata e de qualidade”. Gil comparou ainda o modelo de televisão que temos hoje no Brasil com a internet, a rede mundial de computadores. “A internet inverteu a lógica da televisão. Enquanto existem milhões de espectadores para um programa, na internet temos milhões de programas para um usuário”.

O fórum pretende definir também o conceito de televisão pública no Brasil. Para isso o encontro traz as experiências das emissoras não comerciais: comunitárias, universitárias e legislativas.

O presidente da Associação Brasileira de Canais Comunitários (ABCCom), Fernando Mauro Trezza, avaliou o fórum como o espaço adequado para a discussão sobre TVs públicas, pois “é o momento em que governo, organizações e sociedade civil se reúnem em uma ocasião legítima e própria do tema”, afirmou Trezza.

Fernando Trezza lembrou ainda que das 210 operadoras de canal a cabo que são liberadas para as emissoras comunitárias, apenas um terço delas é utilizada. Com a proposta de TV pública do governo, as comunitárias terão mais visibilidade e força. Conseqüentemente, identidades regionais representadas através da programação local serão contempladas.

Participam do Fórum 500 pessoas de diferentes órgãos do governo federal e da sociedade. O encontro que vai até sexta-feira, terá painéis, debates e mesas-redondas. Ao final, será redigida a Carta de Brasília, um documento que resumirá decisões tomadas ao longo do evento.

Fonte: Gabriela Guedes e Raquel Mariano do Observatório de Favelas